segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Harmonizações Regionais: Morcilla e Rioja


Como diz a música do Chico, estava à toa neste fim de semana quando bateu a vontade de um churrasco. Olhei o freezer e lá estava uma fraldinha. Ok, o prato principal estava resolvido. Mas e a entrada? Um churrasco não é um churrasco sem aquela lingüiça fresca de entrada. Procurei, procurei, não achei... Porém achei na geladeira uma morcilla da Pirineus embutidos, a mesma que é servida no Fogo de Chão.

Também estava à toa o vinho que estava na geladeira e o tinha aberto na noite anterior. Então, nada foi programado, planejado, tudo de última hora. Mas as estranhas coincidências da vida é que nos trazem as boas surpresas.

O vinho era um Rioja que ainda não conhecia e que queria experimentar há algum tempo para colocar no portfólio da VinhoClic: Paternina Clos  Reserva 2001. Sobre o vinho, vocês irão encontrar mais informações logo que incluirmos lá na VinhoClic.

De forma geral, este vinho é um típico Rioja, feito com as uvas Tempranillo e Mazuelo, com evidentes aromas de  frutas vermelhas, terroso, e ainda na boca é fresco e bom corpo. Apesar da idade, ainda está muito vivo.

A morcilla é um embutido feito à base de sangue suíno coagulado, arroz e/ou cebola (depende da variedade), com temperos como pimentão, nozes e passas. É um prato típico espanhol, mas encontra-se em muitos países (Itália: sanguinaccio; França: Boudin; Reino Unido: Black Pudding; Alemanha: Blutwurst). O nome morcilla tem origem na Peninsula Ibérica das palavras mukorno (céltica) e mukurra (basca).

A morcilla foi feita na brasa e harmonizou perfeitamente com o Clos Reserva. A textura cremosa da morcilla combinou muito bem com o bom corpo do vinho, e o tempero da morcilla foi bem compensado pelo frescor do Clos Reserva.

Esta é uma dica super útil para harmonizar comida e vinho: harmonização regional. Na dúvida, procure o vinho da mesma região que a comida, ou vice-versa. Saiba um pouco mais sobre harmonização na VinhoClic.
Bom apetite!!!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cabernet Sauvignon na Argentina

Uma das clássicas uvas de Bordeaux, Cabernet Sauvignon é talvez a uva de maior renome mundial e plantada na maioria dos países produtores de vinho. Uma uva pequena, robusta, de pele escura e grossa, transmite taninos, corpo e cor consideráveis para os seus vinhos. Como resultado, os varietais de Cabernet Sauvignon tendem a ser bastante "grandes" - com corpo, acidez, taninos, densos. Curiosamente, recentemente mostrou-se por meio de testes genéticos que a rainha das uvas vermelhas é na verdade um híbrido entre Cabernet Franc e a uva branca Sauvignon Blanc.

 Com estes elementos estruturais fortes, Cabernet Sauvignon geralmente envelhece bem - na verdade, eles geralmente precisam de um bom número de meses em carvalho seguido por tempo de garrafa para permitir que os ácidos e taninos “amoleçam” até o ponto onde o vinho está em seu equilíbrio ideal. Cabernet Sauvignon se dá melhor em climas mais quentes e se beneficia de uma temporada longa de maturação. Aromas e sabores mais frequentemente atribuídos à Cabernet Sauvignon são frutos negros - amoras, groselhas (também conhecido como cassis) - além de frutas vermelhas, como morangos e groselhas às vezes são observados. Também pimenta preta picante e notas herbáceas como hortelã e alcaçuz são muitas vezes associadas à presença desta uva.

Malbec é a uva emblemática da Argentina e o país ganhou fama mundial com vinhos feitos desta uva. Mas a Cabernet Sauvignon pode ser uma rival forte a disputar qual a melhor uva para os vinhos do país. Em solos da Argentina, especialmente Mendoza, a Cabernet Sauvignon encontra as seguintes condições: elevadas altitudes, solo rochoso, ampla insolação, maior amplitude término entre dia e noite. Além disto, é colhida geralmente no final da época da colheita, no final de março, e assim permanece maior tempo na videira. 

Desta forma, os vinhos monovarietais de Cabernet Sauvignon produzidos na Argentina se tornam singulares no mundo, e são aromáticos, generosos, com bastante fruta e especiaria, bem estruturados mesmo jovens, tem um caráter fresco e de alta qualidade. Também por ter características mais austero, boa presença de acidez e taninos, muitas vezes é combinado com Malbec (ou outras uvas típicas de Bordeaux como Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot) para 'completar' o vinho e suavizar suas bordas às vezes ásperas de taninos. Mas estes assemblages fazem talvez os melhores vinhos argentinos. Hoje os vinhos ícones e as melhores bodegas da região incluem a Cabernet Sauvignon nos seus vinhos top.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Vinho Brasileiro: para conhecer e amar

Taste & Buy Brasil dia 26 de Outubro na Vino & Sapore
logo
Das 16 às 20 horas, um evento especial para você quebrar, ou confirmar, seus preconceitos para com os vinhos e espumantes brasileiros. Para sair da mesmice de sempre quando o assunto é vinho e em especial brasileiros, João Filipe Clemente, da Vino&Sapore, garimpou alguns rótulos, produtores, uvas e regiões diferenciadas que possuem uma ótima relação Qualidade x Preço x Prazer e gostaría de compartilhar esses achados com vocês. Por apenas R$30,00 você é convidado por ele a vir provar mais de 15 vinhos tranquilos e espumantes e tirar a prova dos nove!  Se gostar, você encontrará lá algumas garrafas para venda também e você terá um crédito de R$10 para compras dos rótulos em degustação. Ainda  mais duas vinícolas podem participar deste evento, mas eis a previsão de produtores participantes:
Aracuri Vinhos Finos (Campos de Cima/RS), Bela Quinta (Flores da Cunha/Serra Gaúcha), Vinícola Campos de Cima (Campanha Oriental/RS),  Identidade (Encruzilhada do Sul/RS),  Valmarino & Churchill (Pinto Bandeira/Serra Gaúcha),  Villaggio Grando (Caçador/SC) e ainda por confirmar a Angheben (Encruzilhada do Sul/Serra Gaúcha) com suas uvas pouco cultivadas por aqui como a Touriga Nacional, Terroldego e Barbera. Também suco de uva natural que é uma das especialidades das Serras Gaúchas!
    Serão apresentados vinhos elaborados com Tannat, Viognier, Cabernet Franc, Marselan, Arinarnoa, Guewurztraminer, Blends, Espumantes e os Merlots e Cabernet Sauvignon só que com um tempero diferente  e com preços acessíveis versus a qualidade apresentada. As vagas são limitadas a 40, então não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje e já garanta seu lugar. Envie seu e-mail com solicitação de reserva para comercial@vinoesapore.com.br ou passe na loja.
Você encontrará o endereço e telefone no site da loja: http://www.vinoesapore.com.br/

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Monte Agudo, Vinícola em São Joaquim/SC

No final da tarde de domingo, 05/maio/2013, chegamos na Monte Agudo para conhecer a vinícola, o vinhedo e seus vinhos. O Leônidas estava lá para nos receber.

Conheci a Monte Agudo na Expovinis 2013 dentro do espaço da Acavitis. Estavam a Patrícia e o Leônidas atendendo ao público. Foi ali que comecei a conhecer a história da vinícola. O Leônidas, médico pediatra, que mora em Videira, nutria uma grande paixão pelos vinhos e resolveu, junto com o sócio, investir na criação da vinícola em São Joaquim, local que acreditam ter alto potencial para a produção de vinhos devido às características peculiares da região, notadamente a altitude de 1.300m.

Já estava entardecendo, o frio chegando. Fomos recebidos pelo Leônidas na sede da Monte Agudo, na verdade um grande salão de festa. Por sinal, na noite anterior havia tido uma recepção e a salão ainda não havia sido arrumado, estava como o deixou o último convidado a sair da festa. Sem dúvida, deve ter sido uma bela recepção. O Leônidas me falou em 50 convidados, então cada um dos convidados estava com umas 3 taças pelo menos, pela quantidade delas espalhadas pelo salão.

A marca da Monte Agudo está ali, naquele salão ainda desarrumado. Além da produção do vinho, existe a preocupação de envolver seus clientes em um ambiente agradável, bucólico e acolhedor.

Flyer do Piquenique
da Monte Agudo
Neste sentido,  a Monte Agudo passou a receber turistas para degustar vinhos debaixo das parreiras em clima de piquenique. Além disso, oferece no inverno a degustação de vinhos e tradicional sapecada de pinhão. Mais detalhes, encontra-se no blog da Monte Agudo. Pelo jeito, essas ações tem o toque da Carolina, sommelier da vinícola com ares de gerente de mktg.

Existem planos muito maiores para incrementar as ações de turismo na vinícola, como comentou o Leônidas, e parece que a região tem um potencial enorme. Falta um pouco de infraestrutura para acomodar um afluxo maior de turistas, mas quem investir terá bons resultados.


A vinícola vem alcançando bons resultados, fruto do trabalho do técnico responsável Dr. em Enologia Jean Pierre Rosier. Veja a lista de premiações abaixo:
Concurso Mundial de Bruxelas 2011
   Tinto 2009 Cabernet Sauvignon / Merlot – Medalha de prata
   Espumante Sinfonia Brut Rosé – Medalha de prata
EXPOVINIS 2011
   Chardonnay 2008 – 2º lugar geral na categoria branco / 1º lugar nacional na categoria branco

Percebia-se o cansaço no rosto do Leônidas naquela tarde de domingo. Recepcionar 50 convidados não é fácil. Mais difícil ainda nos esperar o domingo todo, enqto sua família já tinha retornado a Videira, afinal o dia seguinte era uma segunda. Apesar disso tudo, o Leônidas nos recepcionou de forma muito amável e atenciosa. Degustamos os 3 vinhos da vinícola, acompanhados pelo presunto defumado do Nazário (QSM),  conversamos por mais de 5 horas!!! Isto demonstra toda a sua paixão pelos seus vinhos e o respeito pelos seus apreciadores.

Além dos ótimos vinhos, a Monte Agudo se transforma na casa, no lar de todos os apreciadores de vinho.





sexta-feira, 17 de maio de 2013

I Tiradentes Vinho&Jazz Festival

Imagine juntar os melhores prazeres da vida. Imagine a marca do seu produto ou empresa associado a momentos inesquecíveis.
O Festival Vinho&Jazz em Tiradentes irá compartilhar música de altíssima qualidade, gastronomia e vinhos! 
Veja no texto abaixo, as possibilidades de patrocínio.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Uma Placa na Estrada

Uma placa na estrada foi o início para que um vinho brasileiro ganhasse um prêmio no Concurso de Vinhos de Lyon! Esta placa ai ao lado.

Esta é a placa da estrada que fez John mudar seu roteiro
e visitar a QSM
O John, amigo e sócio na VinhoClic, encontrou esta placa na estrada em Maio/2012 e percorreu 12km de estrada de terra até à Quinta Santa Maria, administrada por Nazário Santos.

E como este vinho chegou no concurso? O Jean Claude Cara, consultor de vinhos e de enoturismo na Bourgogne, responsável pelos vinhos brasileiros no "Concours International des Vins à Lyon", queria colocar mais um vinho brasileiro no torneio.

Conversando com o Jean sobre o seu Guia de Vinhos da Borgogne, que será lançado em breve, ele me perguntou se poderia dar alguma indicação. Fiz alguns contatos e o Nazário prontamente aceitou participar do concurso. Só poderiam participar vinhos monovarietais e assim Nazário enviou o rótulo "Utopia Glamour 2012", um 100% chardonnay.

Q ousadia, não? Um Chardonnay para concorrer com os consagrados Chardonnays Bourguignons e na terra deles, como diriamos por aqui, no campo do adversário. Uma ousadia que teve a sua recompensa.

O Utopia Glamour 2012 ganhou uma medalha no torneio (http://www.concourslyon.com/fiche-vin-8673-Quinta-Santa-Maria-Glamour.html), motivo de muito orgulho de toda a comunidade de vinhateiros da Serra Catarinense.

Um ano depois de encontrar a Placa na Estrada estivemos lá para comemorar com o Nazário o prêmio alcançado no Concurso de Lyon.

Fomos recebidos pelo Nazário e pelos cachorros da propriedade, o Colie e o Buster! Ótima recepção. A comemoração começou com o espumante "Da Princesa", um espumante rosé que será lançado em breve.
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Excelente Espumante Da Princesa,
muito cremoso, bem sêco
Para acompanhar o espumante, um chouriço português feito pelo próprio Nazário preparado de um modo bem português, grelhado no álcool.
O delicioso almoço preparado pelos funcionários da Quinta foram muito bem acompanhados pelos vinhos Utopia Lote1 e Gran Utopia 2008.
Chouriço português
A conversa corria solta. Nazário falou sobre a propriedade, a empresa, seus novos desafios que imagino logo serão divulgados. O Nazario, com seu espírito muito crítico, expressou toda a sua angústia com a apatia do povo brasileiro em brigar por seus direitos de cidadão e por melhorias no país. Tudo isso porque fazer vinho no Brasil é uma tremenda dificuldade. Algumas dificuldades banais que o Nazario expôs que deixam claro como a legislação brasileira não está preparada para a produção do vinho: os rótulos dos vinhos brasileiros não podem conter adjetivos como reserva, gran reserva, especial, etc.; vinhos com mais de 14% de alcóol tem que ostentar no rótulo a classificação de vinho licoroso. Obs.: Vinho licoroso sêco, alguém conhece algum?? Óbvio que não deixamos de pontuar as principais problemáticas em produzir (ou importar/comercializar) que são complexidade de impostos, infra-estrutura inadequada, falta de apoio etc etc etc....
Evidente a cremosidade deste
espumante de cor muito atraente.

Por fim, fomos visitar os vinhedos e conhecer de onde saiu a Chardonnay que ganhou o prêmio em Lyon!
Na parcela lá em cima no morro fica a plantação do
Chardonnay ganhador do prêmio em Lyon
Em outro post falarei um pouco mais sobre a propriedade, mas Nazário escolheu o local e o preparou para ser similar às condições de vinhedos do Rio Douro. Sim, na propriedade há um rio que passa bem lá embaixo e as encostas foram recortadas para formarem os degraus para a plantação das videiras.

O enólogo responsável é Jean Pierre Rosier.





Uma comemoração simples de um grande feito. Sinto-me realizado por ter feita uma pequeniníssima contribuição para que o esforço dos vinhateiros artesanais do Brasil fosse reconhecido, e, como sempre acontece no Brasil, primeiro no exterior. Mas tenho a certeza de que o brasileiro ainda vai tomar o nosso vinho com respeito e orgulho de um produto de alta qualidade e que representa as nossas características.



Esta foi a primeira vista da QSM ainda na estrada de terra que leva à quinta,
entre as araucárias, vales e montanhas da serra.
Cenário bucólico da Quinta Santa Maria




Nazario, John e os vinhedos da QSM

Nazario, eu e uma outra visão dos vinhedos da QSM

P.S.: não tomei o Utopia Glamour, já estava esgotado! O Nazário prometeu conseguir uma garrafa para me enviar e ai sim poderei experimentá-lo.

sábado, 4 de maio de 2013

Os Amarones da Encontro de Vinhos OFF

Participar de muitos eventos significa experimentar muitos rótulos de vinho!!! Mesmo assim, muitos, mas muitos rótulos mesmo deixei de experimentar.

Fui aos eventos sem um foco específico. Ora acompanhava algum amigo ou amiga nas visitas a stands, ora visitava amigos e amigas que estavam expondo, ora sozinho mesmo gastando meu "portunholglish"!!

Como falei no meu post anterior, Reflexões da Semana do Vinho em SP, muitos produtores vieram aos eventos para encontrar um importador e fazer negócios no Brasil. Encontrei alguns rótulos bem interessantes.

O Encontro de Vinhos OFF teve a presença da Consorzio Tutela Vino Valpolicella que trouxe vários produtores da região. Um em especial me agradou, mas antes vou explicar como cheguei lá.

Passeava por entre as mesas dos expositores do evento quando encontrei João Valduga experimentando os vinhos do Veneto. Rapidamente ele me deu a dica: "experimente esses dois Amarones, um desta mesa e o outro daquela bem no final varanda". Quem esteve lá, irá se recordar que os vinhos de Valpolicella estavam na varanda no fundo da exposição, fora da sala principal. Ótima dica: o da esquerda foi eleito o 3o. melhor vinho da feira. O João preferiu o Santa Sofia (Ravin), um vinho super premiado. Eu já gostei mais do Scriani (sem importador).

O Santa Sofia Amarone della Valpolicella 2007 coleciona boas avaliações das suas safras, e este 2007 recebeu 92 pontos da WS e 5 Grappolli Bibenda 2013. Excelentes credenciais, não?! Veja ficha técnica do vinho mais abaixo.

O Scriani Amarone della Valpolicella 2008 (link para a ficha técnica) me pareceu mais elegante, apesar de ter 16% de alcool contra 15% do Santa Sofia, além de um alguns toques especiaria e alcaçuz. Não é um vinho tão premiado, mas surpreendeu!! Alguma importadora precisa trazer este Amarone, uma delícia.

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FICHA TÉCNICA SANTA SOFIA AMARONE DELLA VALPOLICELLA
Production area
Classic Valpolicella area, on the stony hills in the village of Negrar, Fumane, San Pietro Incariano and Marano, North of Verona.
Grape varieties
Corvina (65%), Rondinella (30%), Molinara (5%), with drying of grapes for a period ranging from 90 to 120 days with a loss of water of 30%.
Yield
Each 100 kg of grapes 40 litres of first pressing.
Contents
Alcohol 15% by Vol. Total acidity 5,5-6‰. Dry extract 32-34‰.
Ageing
36 months in small Slavonia oak barrels.
Refining
8 to 12 months in the bottle.
Sensory impressions
Strong ruby red that becomes garnet. Typical and very intense bouquet but with a delicate, full, warm and velvety taste.
Serving information
20°-22° C in balloon glasses.
Dining accompaniment
Grand roasts, game, matured cheeses.
Longevity
If correctly stored, it evolves for a long period of time (8 to 12 years).
Particularity
Made with the best grapes, after the traditional drying it is vinified according to the classical method. For its lower tannicity compared to the great Italian red wines (such as Barolo, Brunello di Montalcino..) it is largely understood and is suited to a large range of accompaniments.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Reflexões da Semana do Vinho em SP

Elisa da Azienda Agricola Scriani
sem importador.
Seu Amarone foi o 3o colocado no Top5 do Encontro de Vinhos OFF
É pessoal, pelo jeito a coisa anda feia aí para fora do Brasil. Nas feiras de vinhos da semana passada (22 a 26/abril/2013) viam-se muitos produtores estrangeiros expondo seus produtos a procura de importador. Por outro lado, muitos poucos grandes importadores participaram das feiras.

Acontece que está sobrando vinho por lá, pois o europeu está consumindo menos vinho, vinhos mais caros mas em menor volume. Perguntei a razão e me deram alguns motivos: 1) a crise econômica reduziu o poder de compra; 2) os jovens já não tem o mesmo hábito de beber vinho; e outros fatores menores, como a lei seca que também por lá se intensificou, têm algum impacto nesta caída no consumo.


A holandesa Emilia da Enoteca Nederland
trouxe os vinhos da familia Barollo (Veneto).
Primeira vez no Brasil, avaliando o mercado. Sem importador
Alguns desses produtores vieram realmente com o espírito desbravador, sem nenhum contato local, para entender melhor o mercado, prospectar. Lançam-se sem uma visão e estratégia específica para o mercado brasileiro. O que percebi em termos de estratégia comum à maioria desses produtores foi produzir e trazer vinhos com o gosto do brasileiro: amadeirado e alcoólico. Achei algumas exceções.
Mas acho muito pouco, afinal o mercado por aqui está cada vez mais competitivo e influenciado pelo marketing, o brasileiro ainda não está educado o suficiente para escolher o bom vinho e portanto a mídia tem forte influência na escolha.
A Andrea Celasso veio apresentar os
vinhos mendocinos da Viamonte.
Sem importador



O mercado está muito competitivo sim, cada vez mais players em um mercado que não cresce. Não tenho acesso às últimas pesquisas de mercado, mas o que se fala pelos corredores é que o mercado brasileiro continua com os 2 litros per capita de consumo (1,5 l de vinho de mesa e 0,5 l de vinho fino). Há alguns anos se escuta esse mesmo número.



Acho que o destaque desse período de feiras ficou com os vinhos brasileiros. Houve um investimento maciço das vinícolas e seus representantes. Vi com muita alegria este movimento, junto com o "3o. Debate O Vinho no Brasil" quando o  presidente do Comitê do Vinho da FecomercioSP, Didú Russo, falou sobre as ações do comitê em favor da desoneração e da desburocratização do setor.


A Madame do Vinho Brasileiro

A Casa Valduga fez um evento exclusivo uma semana antes para apresentar seus vinhos. Um evento de altíssimo nível. Veja meu post sobre este evento: Valduga Gallery Wines

No Encontro de Vinhos OFF, a incansável  Madame do Vinho (Brasileiro) Sonia Denicol atendia um sem número de apreciadores dos vinhos brasileiros de pequenos produtores.

Na Expovinis, a área da Vinhos do Brasil era a maior, a mais bem localizada, ampla e aberta. Ao redor desta área estavam a Acavitis (vinhos de Santa Catarina), Aurora, Garibaldi, Pericó, Miolo, Pizzato, Salton.Tenho a certeza que irá crescer a fatia de mercado dos vinhos brasileiros.


Agora, o mercado todo precisa crescer. E para crescer o preço tem que abaixar, em todos os componentes do preço: impostos, custos de logística e margens ao longo da cadeia!!!






Foto da Ibravin by Jane Prado

sábado, 27 de abril de 2013

Semana do Vinho em SP

Esta semana SP foi a capital do vinho! A semana da Expovinis 2013, que aconteceu de 24 a 26/abril Expo Center Norte, é sempre recheada de vários eventos.  Destaco Gambero Rosso Road Show que apresenta os 50 top-wines (Tre Bicchieri) das principais vinícolas e mais outros 200 vinhos da Itália; o Encontro de Vinhos OFF, realizado sempre em São Paulo um dia antes da ExpoVinis, que conta com importadores, produtores brasileiros e de diversas partes do mundo para apresentar seus lançamentos ao mercado brasileiro; a própria Expovinis, que é o prinicipal palco para produtores nacionais e internacionais apresentar seus rótulos a compradores de todo o Brasil e América Latina.

Assim foi o Encontro de Vinhos OFF:




As taças na entrada com o reflexo do sol trazendo um dourado especial!!

















                                                 A Lista dos Top 5















Na Expovinis, rsta é a lista dos melhores da feira:

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Valduga Gallery Wines

O nome do evento já indica a qualidade e o cuidado da Casa Valduga com os seus produtos. Ontem, dia 11/abr/2013, a Casa Valduga promoveu um evento de muito requinte, agradável em todos os detalhes em um ambiente muito acolhedor que só os melhores anfitriões sabem proporcionar.

Como me disse o João Valduga: "este evento é uma homenagem aos parceiros da Valduga". Esta é a cara da Casa Valduga, simples no trato, hospitaleira na essência e esmero nos cuidados em tudo o que envolve a produção de seus vinhos. Este evento mostrou exatamente o que a Casa Valduga propõe.

Seus premiados vinhos estavam dispostos em setores de acordo com suas linhas: Raizes/Mundus, Leopoldina, Identidade e Espumantes.

Posso destacar:
O Identidade Premium Pinot Noir 2012, o mais recente lançamento: bem frutado, leve, aromas de boa complexidade.

Eu pessoalmente gostei do Identidade Gran Corte 2009, um corte inusitado de Arinarnoa, Marselan e Merlot. Muito interessante e exótico, bom corpo, intenso e de boa complexidade.

Outro vinho muito interessante é o Leopoldina Gran Chardonnay DO 2011. A passagem em madeira proporcionaram alguns aromas adocicados, apresentou ainda aromas florais e na boca boa untuosidade.

Ótimos vinhos, mas nada comparados aos espumantes.

O Maria Valduga é uma jóia desde seu visual antes da taça, digo a sua garrafa. E o vinho em si não deixa para menos. Este foi o espumante que brindei a passagem de último ano!

Agora, o melhor de todos, na minha modesta opinião, foi o Gran Reserva Nature 2006. Aromas muito presentes de brioche, fermento, mel e amendoas. Na boca, muito refrescante, cremoso. Enfim, daqueles espumantes que marcam muito e deixam a vontade de experimentar mais e mais.

Parabéns à Casa Valduga pelo evento, à sua organização e principalmente à sua hospitalidade. Uma casa de amigos!

E o fechamento não poderia ser melhor, uma garrafinha de brandy para cada convidado!

Quer montar sua Galeria de Vinhos? Não podem faltar os grandes vinhos da Casa Valduga!