domingo, 27 de março de 2011

Argentinos e Chilenos Nobres

Uma noite com vinhos inesquecíveis. Todos excelentes e que mostram uma diversidade de estilos, o que não é (ou era) comum nos vinhos produzidos na Argentina e Chile. Apesar de já serem países com tradição na vitivinicultura, percebemos que ainda há experimentações com castas diferentes e principalmente cortes. Um deles aqui abaixo, misturou malbec, syrah, petit verdot e ancellotta. É tão diferente que ambos, o produtor e apreciador (nós portanto!!) ainda precisam aprender a domar e entender este corte, mas acredito que tenha grande potencial.


Foram 4 vinhos: um bem típico chileno, o Casa Real da vinícola Santa Rita; outro consagrado mundialmente o Seña; o seguinte este "ser indefinido" que comentei acima; e um típico argentino com muito caráter.


Casa Real 2007 – Santa Rita (Chile): bem típico chileno, Cabernet Sauvignon, encorpado, madeira, aromas de frutas vermelhas e pimenta.
Occasionale 2006 – Nieto Senetiner (Argentina): bem diferente de um típico argentino, por isso vou precisar tomar outras vezes para conhecê-lo melhor. É um vinho que passa 24 meses em barris de carvalho francês e tem um corte (mistura) pouco usual: malbec, petit verdor, syrah e ancellotta. Os detalhes que mais notei foram certo amargor, que com o tempo de garrafa aberta diminuiu, os aromas não fortes, carnudo e presença de aromas minerais (petróleo e terra). Eu acho que a Petit Verdot que traz esta última característica.
Seña 2006 – Seña (Chile): excelente vinho (e tb caro!!!). Bem no estilo Bordeaux: corte de cabernet sauvignon (55%), Merlot, Petit Verdot, Carmenere e Cabernet Franc. Vermelho rubi média transparência, aromas bem interessantes e na boca boa estrutura e frescor (boa acidez). É um vinho do estilo “elegante” mas com caráter. RP 95.
Linda Flor 2006 – Monteviejo (Argentina): Malbec, 15,5% álcool, bem típico, muito encorpado, opulento, escuro, madeira (adocicado), e tudo mais do malbec: frutas negras, especiarias . Foi o último vinho, o que atrapalha para uma melhor avaliação, mas foi com certeza um ótimo fechamento da noite. RP 92, Tanzer 93.
Vinhos para diversos gostos. Eu gostei muito do Seña, pena que no Brasil custa em torno R$ 400. Preciso tomar novamente o Occasionale, para decifrá-lo (importado pela Casa Flora). O Casa Real e Linda Flor são excelentes exemplares, caros na faixa de R$ 200-300.