terça-feira, 14 de maio de 2013

Uma Placa na Estrada

Uma placa na estrada foi o início para que um vinho brasileiro ganhasse um prêmio no Concurso de Vinhos de Lyon! Esta placa ai ao lado.

Esta é a placa da estrada que fez John mudar seu roteiro
e visitar a QSM
O John, amigo e sócio na VinhoClic, encontrou esta placa na estrada em Maio/2012 e percorreu 12km de estrada de terra até à Quinta Santa Maria, administrada por Nazário Santos.

E como este vinho chegou no concurso? O Jean Claude Cara, consultor de vinhos e de enoturismo na Bourgogne, responsável pelos vinhos brasileiros no "Concours International des Vins à Lyon", queria colocar mais um vinho brasileiro no torneio.

Conversando com o Jean sobre o seu Guia de Vinhos da Borgogne, que será lançado em breve, ele me perguntou se poderia dar alguma indicação. Fiz alguns contatos e o Nazário prontamente aceitou participar do concurso. Só poderiam participar vinhos monovarietais e assim Nazário enviou o rótulo "Utopia Glamour 2012", um 100% chardonnay.

Q ousadia, não? Um Chardonnay para concorrer com os consagrados Chardonnays Bourguignons e na terra deles, como diriamos por aqui, no campo do adversário. Uma ousadia que teve a sua recompensa.

O Utopia Glamour 2012 ganhou uma medalha no torneio (http://www.concourslyon.com/fiche-vin-8673-Quinta-Santa-Maria-Glamour.html), motivo de muito orgulho de toda a comunidade de vinhateiros da Serra Catarinense.

Um ano depois de encontrar a Placa na Estrada estivemos lá para comemorar com o Nazário o prêmio alcançado no Concurso de Lyon.

Fomos recebidos pelo Nazário e pelos cachorros da propriedade, o Colie e o Buster! Ótima recepção. A comemoração começou com o espumante "Da Princesa", um espumante rosé que será lançado em breve.
.
Excelente Espumante Da Princesa,
muito cremoso, bem sêco
Para acompanhar o espumante, um chouriço português feito pelo próprio Nazário preparado de um modo bem português, grelhado no álcool.
O delicioso almoço preparado pelos funcionários da Quinta foram muito bem acompanhados pelos vinhos Utopia Lote1 e Gran Utopia 2008.
Chouriço português
A conversa corria solta. Nazário falou sobre a propriedade, a empresa, seus novos desafios que imagino logo serão divulgados. O Nazario, com seu espírito muito crítico, expressou toda a sua angústia com a apatia do povo brasileiro em brigar por seus direitos de cidadão e por melhorias no país. Tudo isso porque fazer vinho no Brasil é uma tremenda dificuldade. Algumas dificuldades banais que o Nazario expôs que deixam claro como a legislação brasileira não está preparada para a produção do vinho: os rótulos dos vinhos brasileiros não podem conter adjetivos como reserva, gran reserva, especial, etc.; vinhos com mais de 14% de alcóol tem que ostentar no rótulo a classificação de vinho licoroso. Obs.: Vinho licoroso sêco, alguém conhece algum?? Óbvio que não deixamos de pontuar as principais problemáticas em produzir (ou importar/comercializar) que são complexidade de impostos, infra-estrutura inadequada, falta de apoio etc etc etc....
Evidente a cremosidade deste
espumante de cor muito atraente.

Por fim, fomos visitar os vinhedos e conhecer de onde saiu a Chardonnay que ganhou o prêmio em Lyon!
Na parcela lá em cima no morro fica a plantação do
Chardonnay ganhador do prêmio em Lyon
Em outro post falarei um pouco mais sobre a propriedade, mas Nazário escolheu o local e o preparou para ser similar às condições de vinhedos do Rio Douro. Sim, na propriedade há um rio que passa bem lá embaixo e as encostas foram recortadas para formarem os degraus para a plantação das videiras.

O enólogo responsável é Jean Pierre Rosier.





Uma comemoração simples de um grande feito. Sinto-me realizado por ter feita uma pequeniníssima contribuição para que o esforço dos vinhateiros artesanais do Brasil fosse reconhecido, e, como sempre acontece no Brasil, primeiro no exterior. Mas tenho a certeza de que o brasileiro ainda vai tomar o nosso vinho com respeito e orgulho de um produto de alta qualidade e que representa as nossas características.



Esta foi a primeira vista da QSM ainda na estrada de terra que leva à quinta,
entre as araucárias, vales e montanhas da serra.
Cenário bucólico da Quinta Santa Maria




Nazario, John e os vinhedos da QSM

Nazario, eu e uma outra visão dos vinhedos da QSM

P.S.: não tomei o Utopia Glamour, já estava esgotado! O Nazário prometeu conseguir uma garrafa para me enviar e ai sim poderei experimentá-lo.

sábado, 4 de maio de 2013

Os Amarones da Encontro de Vinhos OFF

Participar de muitos eventos significa experimentar muitos rótulos de vinho!!! Mesmo assim, muitos, mas muitos rótulos mesmo deixei de experimentar.

Fui aos eventos sem um foco específico. Ora acompanhava algum amigo ou amiga nas visitas a stands, ora visitava amigos e amigas que estavam expondo, ora sozinho mesmo gastando meu "portunholglish"!!

Como falei no meu post anterior, Reflexões da Semana do Vinho em SP, muitos produtores vieram aos eventos para encontrar um importador e fazer negócios no Brasil. Encontrei alguns rótulos bem interessantes.

O Encontro de Vinhos OFF teve a presença da Consorzio Tutela Vino Valpolicella que trouxe vários produtores da região. Um em especial me agradou, mas antes vou explicar como cheguei lá.

Passeava por entre as mesas dos expositores do evento quando encontrei João Valduga experimentando os vinhos do Veneto. Rapidamente ele me deu a dica: "experimente esses dois Amarones, um desta mesa e o outro daquela bem no final varanda". Quem esteve lá, irá se recordar que os vinhos de Valpolicella estavam na varanda no fundo da exposição, fora da sala principal. Ótima dica: o da esquerda foi eleito o 3o. melhor vinho da feira. O João preferiu o Santa Sofia (Ravin), um vinho super premiado. Eu já gostei mais do Scriani (sem importador).

O Santa Sofia Amarone della Valpolicella 2007 coleciona boas avaliações das suas safras, e este 2007 recebeu 92 pontos da WS e 5 Grappolli Bibenda 2013. Excelentes credenciais, não?! Veja ficha técnica do vinho mais abaixo.

O Scriani Amarone della Valpolicella 2008 (link para a ficha técnica) me pareceu mais elegante, apesar de ter 16% de alcool contra 15% do Santa Sofia, além de um alguns toques especiaria e alcaçuz. Não é um vinho tão premiado, mas surpreendeu!! Alguma importadora precisa trazer este Amarone, uma delícia.

========================================================================

FICHA TÉCNICA SANTA SOFIA AMARONE DELLA VALPOLICELLA
Production area
Classic Valpolicella area, on the stony hills in the village of Negrar, Fumane, San Pietro Incariano and Marano, North of Verona.
Grape varieties
Corvina (65%), Rondinella (30%), Molinara (5%), with drying of grapes for a period ranging from 90 to 120 days with a loss of water of 30%.
Yield
Each 100 kg of grapes 40 litres of first pressing.
Contents
Alcohol 15% by Vol. Total acidity 5,5-6‰. Dry extract 32-34‰.
Ageing
36 months in small Slavonia oak barrels.
Refining
8 to 12 months in the bottle.
Sensory impressions
Strong ruby red that becomes garnet. Typical and very intense bouquet but with a delicate, full, warm and velvety taste.
Serving information
20°-22° C in balloon glasses.
Dining accompaniment
Grand roasts, game, matured cheeses.
Longevity
If correctly stored, it evolves for a long period of time (8 to 12 years).
Particularity
Made with the best grapes, after the traditional drying it is vinified according to the classical method. For its lower tannicity compared to the great Italian red wines (such as Barolo, Brunello di Montalcino..) it is largely understood and is suited to a large range of accompaniments.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Reflexões da Semana do Vinho em SP

Elisa da Azienda Agricola Scriani
sem importador.
Seu Amarone foi o 3o colocado no Top5 do Encontro de Vinhos OFF
É pessoal, pelo jeito a coisa anda feia aí para fora do Brasil. Nas feiras de vinhos da semana passada (22 a 26/abril/2013) viam-se muitos produtores estrangeiros expondo seus produtos a procura de importador. Por outro lado, muitos poucos grandes importadores participaram das feiras.

Acontece que está sobrando vinho por lá, pois o europeu está consumindo menos vinho, vinhos mais caros mas em menor volume. Perguntei a razão e me deram alguns motivos: 1) a crise econômica reduziu o poder de compra; 2) os jovens já não tem o mesmo hábito de beber vinho; e outros fatores menores, como a lei seca que também por lá se intensificou, têm algum impacto nesta caída no consumo.


A holandesa Emilia da Enoteca Nederland
trouxe os vinhos da familia Barollo (Veneto).
Primeira vez no Brasil, avaliando o mercado. Sem importador
Alguns desses produtores vieram realmente com o espírito desbravador, sem nenhum contato local, para entender melhor o mercado, prospectar. Lançam-se sem uma visão e estratégia específica para o mercado brasileiro. O que percebi em termos de estratégia comum à maioria desses produtores foi produzir e trazer vinhos com o gosto do brasileiro: amadeirado e alcoólico. Achei algumas exceções.
Mas acho muito pouco, afinal o mercado por aqui está cada vez mais competitivo e influenciado pelo marketing, o brasileiro ainda não está educado o suficiente para escolher o bom vinho e portanto a mídia tem forte influência na escolha.
A Andrea Celasso veio apresentar os
vinhos mendocinos da Viamonte.
Sem importador



O mercado está muito competitivo sim, cada vez mais players em um mercado que não cresce. Não tenho acesso às últimas pesquisas de mercado, mas o que se fala pelos corredores é que o mercado brasileiro continua com os 2 litros per capita de consumo (1,5 l de vinho de mesa e 0,5 l de vinho fino). Há alguns anos se escuta esse mesmo número.



Acho que o destaque desse período de feiras ficou com os vinhos brasileiros. Houve um investimento maciço das vinícolas e seus representantes. Vi com muita alegria este movimento, junto com o "3o. Debate O Vinho no Brasil" quando o  presidente do Comitê do Vinho da FecomercioSP, Didú Russo, falou sobre as ações do comitê em favor da desoneração e da desburocratização do setor.


A Madame do Vinho Brasileiro

A Casa Valduga fez um evento exclusivo uma semana antes para apresentar seus vinhos. Um evento de altíssimo nível. Veja meu post sobre este evento: Valduga Gallery Wines

No Encontro de Vinhos OFF, a incansável  Madame do Vinho (Brasileiro) Sonia Denicol atendia um sem número de apreciadores dos vinhos brasileiros de pequenos produtores.

Na Expovinis, a área da Vinhos do Brasil era a maior, a mais bem localizada, ampla e aberta. Ao redor desta área estavam a Acavitis (vinhos de Santa Catarina), Aurora, Garibaldi, Pericó, Miolo, Pizzato, Salton.Tenho a certeza que irá crescer a fatia de mercado dos vinhos brasileiros.


Agora, o mercado todo precisa crescer. E para crescer o preço tem que abaixar, em todos os componentes do preço: impostos, custos de logística e margens ao longo da cadeia!!!






Foto da Ibravin by Jane Prado

sábado, 27 de abril de 2013

Semana do Vinho em SP

Esta semana SP foi a capital do vinho! A semana da Expovinis 2013, que aconteceu de 24 a 26/abril Expo Center Norte, é sempre recheada de vários eventos.  Destaco Gambero Rosso Road Show que apresenta os 50 top-wines (Tre Bicchieri) das principais vinícolas e mais outros 200 vinhos da Itália; o Encontro de Vinhos OFF, realizado sempre em São Paulo um dia antes da ExpoVinis, que conta com importadores, produtores brasileiros e de diversas partes do mundo para apresentar seus lançamentos ao mercado brasileiro; a própria Expovinis, que é o prinicipal palco para produtores nacionais e internacionais apresentar seus rótulos a compradores de todo o Brasil e América Latina.

Assim foi o Encontro de Vinhos OFF:




As taças na entrada com o reflexo do sol trazendo um dourado especial!!

















                                                 A Lista dos Top 5















Na Expovinis, rsta é a lista dos melhores da feira:

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Valduga Gallery Wines

O nome do evento já indica a qualidade e o cuidado da Casa Valduga com os seus produtos. Ontem, dia 11/abr/2013, a Casa Valduga promoveu um evento de muito requinte, agradável em todos os detalhes em um ambiente muito acolhedor que só os melhores anfitriões sabem proporcionar.

Como me disse o João Valduga: "este evento é uma homenagem aos parceiros da Valduga". Esta é a cara da Casa Valduga, simples no trato, hospitaleira na essência e esmero nos cuidados em tudo o que envolve a produção de seus vinhos. Este evento mostrou exatamente o que a Casa Valduga propõe.

Seus premiados vinhos estavam dispostos em setores de acordo com suas linhas: Raizes/Mundus, Leopoldina, Identidade e Espumantes.

Posso destacar:
O Identidade Premium Pinot Noir 2012, o mais recente lançamento: bem frutado, leve, aromas de boa complexidade.

Eu pessoalmente gostei do Identidade Gran Corte 2009, um corte inusitado de Arinarnoa, Marselan e Merlot. Muito interessante e exótico, bom corpo, intenso e de boa complexidade.

Outro vinho muito interessante é o Leopoldina Gran Chardonnay DO 2011. A passagem em madeira proporcionaram alguns aromas adocicados, apresentou ainda aromas florais e na boca boa untuosidade.

Ótimos vinhos, mas nada comparados aos espumantes.

O Maria Valduga é uma jóia desde seu visual antes da taça, digo a sua garrafa. E o vinho em si não deixa para menos. Este foi o espumante que brindei a passagem de último ano!

Agora, o melhor de todos, na minha modesta opinião, foi o Gran Reserva Nature 2006. Aromas muito presentes de brioche, fermento, mel e amendoas. Na boca, muito refrescante, cremoso. Enfim, daqueles espumantes que marcam muito e deixam a vontade de experimentar mais e mais.

Parabéns à Casa Valduga pelo evento, à sua organização e principalmente à sua hospitalidade. Uma casa de amigos!

E o fechamento não poderia ser melhor, uma garrafinha de brandy para cada convidado!

Quer montar sua Galeria de Vinhos? Não podem faltar os grandes vinhos da Casa Valduga!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012




O ano em que o mundo iria acabar acabou!

Foi um ano intenso. Incrível que, por mais que planejamos, o inesperado acontece e faz as nossas vidas navegar por correntes agitadas e desconhecidas. Não poderia ser mais excitante!



Tudo o que aconteceu em 2012 preparou o caminho para um 2013 ainda mais desafiante.

E a minha relação com o vinho vai se tornando cada vez mais íntima. Durante todo o ano que passou estive muito próximo, com as confrarias, as degustações, eventos, cursos, em contato com os importadores e distribuidores, e principalmente junto daqueles que podem me trazer mais e mais conhecimento na área.

Foi divertido, trabalhei muito, fiz amizades, me surpreendi. Uma pena que ainda não posso viver 100% do vinho. Meu tempo para o vinho é bem menos do que isso, mas este continua a ser um dos meus principais objetivos.

A respeito de rótulos, prefiro citar aqueles que me surpreendem. Os melhores nem precisam ser mencionados, afinal já tem muito marketing em cima e não quero ficar no lugar comum. Aliás, esta é a proposta da VinhoClic, surpreender, sair do comum, do óbvio.

O ano começou promissor. Conheci os vinhos do Chateau Villars-Fontaine, o especialista e apaixonado por Borgonha Jean Claude Cara e a Sonia Denicol, a Madame do Vinho, em um curso sobre os vinhos da Borgonha. Tive o privilégio de organizar pela VinhoClic, a convite do Jean, este mesmo curso no mês de novembro na Enoteca Saint VinSaint. Chateau Villars-Fontaine Gamay du Futur 2003 foi o vinho que mais me surpreendeu desta vinícola, um Gamay potente, encorpado, complexo!

Tenho que mencionar o Elephant Rouge 2008, um vinho com a assinatura do Jean, entre os vinhos que mais me surpreenderam este ano (senão o que mais..), . Uma pena que já se esgotou.... :´((

Já em Dezembro, a VinhoClic também organizou, com o apoio do Alexandre Furniel, um curso degustação de espumantes no Hotel Caesar Faria Lima.

Recebi com muito orgulho o diploma de conclusão do curso de Vinhos de Portugal outorgado pela Wine Academy, organizado pelo meu amigo José Carlos Santanita, um educador por excelência! Tenho acompanhado, mesmo que a uma certa distância, seu projeto de educação e suas iniciativas Portugal Wine Expert e Wine Senses, que vão de vento em popa. Sinto-me orgulhoso de ter participado dos primeiros passos aqui no Brasil.

Participei de vários eventos, mas destaco a degustação de vinhos de Bordeaux safra 2009, organizada e realizada pela Union des Grands Crus de Bordeaux, sob a batuta de Caroline Putnoki. Tive a oportunidade de degustar vinhos espetaculares, alguns nota 100 de Robert Parker (apesar de não me importar muito com pontuações..... me parece que há mais critérios nestas pontuações do que somente os técnicos). Dos que degustei, o Chateau Clinet foi o que mais me marcou, complexo, belo corpo, ainda jovem mas já muito bom para se beber.

Por falar em eventos, o Encontro de Vinhos, organizado por Beto Duarte e Daniel Perches, já é um dos grandes acontecimentos do mercado de vinhos. São 5 cidades com este evento. Por falar em surpreender, este na sequência foi daqueles eventos aconchegantes, repletos de coisas boas e gente interessante por todo lado: 1º Granja Viana Wine Fest, organizado pelo João Felipe da Vino&Sapore. Aliás, o João abriu as portas da Vino&Sapore para muitas das degustações do guia que o Beto Duarte está desenvolvendo (aliás, estamos ansiosamente esperando por sua publicação). Por falar neste guia, as degustações foram sempre momentos de puro prazer ao lado de blogueiros, agora amigos: além do Beto e do João, participavam o Evandro,  a Vanessa, a Evelyn e o Alexandre, o Alexandre Frias, Cristiano, o Deco da Winet, , a Jane, a Michelle, a Nadia, a Renata, o Victor, o Walter, o Mauricio.

Garimpei muito! Foram muitos vinhos degustados e várias surpresas positivas. Cada um deles, mereceria um post específico, mas só vou mencionar os nomes:

- Goulart Reserva Malbec 2007
- Clos de Chacras Gran Estirpe Malbec 2007
- Imperial Toledo
- Judas
- Dogajolo
- Pequeñas Bodegas Viñas de Chacras, Malbec Roble e CS Roble
- Cava 1312
- Inurrieta Mediodia
- RAR Viognier
- Tapada de Coelheiros Chardonnay
- Domaine de Pellehaut Harmonie de Gascogne
- Champagne Esterlin Brut Selection

Por fim,  a linha de vinhos que mais me surpreendeu foi da Bodega Paternina de Rioja:
- Clos 2001
- Conde de los Andes Gran Reserva 2004
- Banda Roja Reserva 2004
- Banda Azul Crianza 2006

Isto sem falar nos custos desses vinhos! Excelente.

Um Natal de muita luz!

sábado, 15 de dezembro de 2012

Degustação de Espumantes com Alexandre Furniel


Sommelier formado pela SBAV-SP apresentará opções singulares da França, Espanha, Itália e Brasil 
Para encerrar as atividades do ano, a VinhoClic está organizando uma degustação com significativas opções de champagnes, cavas e espumantes italianos e brasileiros.
O evento, que acontecerá no próximo dia 20 de dezembro será conduzido pelo sommelier Alexandre Furniel, que discorrerá sobre as características e diferenças dos champanhes, espumantes e cavas. Alexandre Furniel é Mestre em Sociologia, sommelier pela SBAV-SP, com especialização pela ABS-SP, WSET-Londres e pelo Curso Superior em Degustação pelo Ministério da Agricultura da Argentina.
Para completar a noite, serão servidos dois pratos do cardápio do Restaurante Agraz: salada de agrião, peras ao champagne e uvas brancas e gorgonzola e tagliatele com brasato e funghi.
Serviço:
Data: 20 de dezembro, às 20h
Local: Restaurante Agraz - Rua Olimpíadas, 205
Valor: R$ 150,00
Informações e inscrições: (11) 2737-1401 / cursos@vinhoclic.com.br
As inscrições vão até o dia 18/12 e as vagas são limitadas.

Sobre a VinhoClic
A VinhoClic (www.vinhoclic.com.br) nasceu em 2011 para apoiar os apreciadores de vinhos no desafio de selecionar um bom rótulo frente a inúmeras ofertas disponíveis no mercado, que muitas vezes se apresentam com pouca informação e a preços exorbitantes. Com o objetivo facilitar o acesso de apreciadores de vinhos a rótulos que estão fora das prateleiras e dos canais tradicionais, a preços competitivos, a VinhoClic se posiciona como um canal de a disseminação de informações sobre a produção nacional e estrangeira.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Curso e degustação de vinhos da Borgonha com Jean Claude Cara


Sommelier franco-brasileiro é o convidado da VinhoClic para apresentar estes fascinantes vinhos, famosos em todo o mundo.

São Paulo, 15 de novembro de 2012. A VinhoClic realizará no final do mês de novembro curso de vinhos da Borgonha com o sommelier e consultor franco-brasileiro Jean Claude Cara.
Jean Claude, que reside atualmente em Beaune, capital dos vinhos na Borgonha, é Consultor em vinhos, Chef de Cozinha e sócio-proprietário no Château de Villars Fontaine, além de ser responsável pela relação Brésil-Bourgogne quanto aos assuntos Enoturismo, Importações e Cursos. Também é escritor do Guia de Vinhos da Bourgogne que será lançado no Brasil em 2013. Criador do projeto Éléphant Rouge, vinho de garagem nacional produzido no Vale dos Vinhedos com características inspiradas em métodos Franceses de vinificação.
Durante o curso, que tem a duração de 3 horas e meia e 18 vagas, serão apresentados seis diferentes rótulos para degustação e serão abordados temas como:
História: da elite galo-romana até a atualidade;
Mosaico: O terroir, os climats e os vinhedos;
Uvas: suas características e variedades;
Pirâmide: Princípios e Repartição;
Degustação: Cores, aromas e sabores; 6 grandes vinhos da Borgonha
Ao final, será servido um Boeuf Bourguignon aos participantes.

Serviço:
Local: Enoteca Saint VinSaint, Rua Professor Atílio Innocenti, 811, em São Paulo.
Data e horário: 30 de novembro de 2012, às 19 horas.
Informações e inscrições: até o dia 28/11, pelo telefone (11)2737-1400 ou pelo e-mail cursos@vinhoclic.com.br
Preço: R$ 280,00 por pessoa
Forma de pagamento: depósito bancário até o dia curso.

Sobre a VinhoClic
A VinhoClic (www.vinhoclic.com.br) nasceu em 2011 para apoiar os apreciadores de vinhos no desafio de selecionar um bom rótulo frente a inúmeras ofertas disponíveis no mercado, que muitas vezes se apresentam com pouca informação e a preços exorbitantes. Com o objetivo facilitar o acesso de apreciadores de vinhos a rótulos que estão fora das prateleiras e dos canais tradicionais, a preços competitivos, a VinhoClic se posiciona como um canal de a disseminação de informações sobre a produção nacional e estrangeira.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Max Brands apresenta nova linha de vinhos Chilenos: Chilcas, da Via Wines


A Importadora Max Brands apresenta sua nova linha Premium de vinhos Chilenos que acaba de chegar: Chilcas, do Vale do Maule. Produzidos pela Via Wines, uma vinícola audaz e inovadora, seus vinhos refletem a tradição vitivinícola do Chile, com um toque de modernidade.

Seus mais de 1.039 hectares de vinhedos estão localizados nos principais vales: Maule, Casablanca, Curicó e Colchágua. A produção é feita com a menor intervenção possível dos enólogos na busca da máxima expressão de cada varietal, refletindo fielmente o precioso terroir. O resultado deste trabalho são vinhos equilibrados, de boa estrutura, complexos, nos quais o tempo em barrica representa um complemento fino e elegante.

Entre as variedades cultivadas está a uva Pais, também chamada Mission, (em espanhol, Misión), assim denominada em homenagem as primeiras missões franciscanas da Califórnia, que trouxeram a uva da Espanha via México. A mesma uva também foi levada para o Chile e Argentina, onde ficou conhecida como “País” e “Criolla” respectivamente. Esta uva de alto rendimento era utilizada como base dos vinhos de mesa. A Chilcas assumiu o desafio de, com uma uva pouco nobre, fazer um vinho de qualidade. O resultado surpreendeu a todos: um vinho volumoso, com taninos persistentes e abundantes.

O enólogo chefe da vinícola Chilcas, Camilo Viani, é formado na Universidade do Chile com mais de 11 anos de experiência nas melhores vinícolas chilenas, como Concha y Toro, Casas del Bosque e Viña Mar, um projeto de boutique da Viña San Pedro.

Autenticidade, sustentabilidade e harmonia são os pilares que guiam a elaboração dos vinhos Chilcas, sem perder de vista a preocupação com o meio ambiente. E as ferramentas utilizadas são moderníssimas, o que permite controlar o ecossistema; tratar a água utilizada e reutilizá-la novamente na natureza; moderar o uso da água no vinhedo na quantidade exata necessária; controlar pestes e doenças de forma orgânica e, finalmente, controlar a qualidade do ar.

Na Vinícola fazem um uso da água racional, controlam o uso eficiente de materiais, se preocupam com a economia de energia e controle de resíduos sólidos. Seus vinhos são engarrafados com garrafas “ecoglass”, de acordo com a filosofia sustentável. Tudo isso como uma forma de agradecer à terra por tudo que ela lhes dá.

A Via Wines atua também na Comunidade onde vive, buscando usar os recursos humanos das regiões que os cercam, dando apoio ao artesanato local encomendando a eles os presentes que dão aos convidados, por exemplo.

Chilcas é o nome que o povo Quechua dá um arbusto que cresce na base do vulcão “Descabezado”. Este arbusto era utilizado para tingir as roupas mais seletas deste povo.

A Chilcas produz três linhas de vinhos (Single Vineyards; Reserva e Selected Vineyards) além de um Late Harvest e dois vinhos ícones: Las Almas – produzido com a uva Carménère, considerada a essência do Chile, tendo no rótulo o desenho do DNA desta cepa; e o Red One, um vinho de corte bordalês - Merlot; Cabernet Franc; Cabernet Sauvignon e Petit Verdot – resultando num vinho muito complexo e elegante.

Localização:
Seus vinhedos estão localizados nos Vales de Casablanca, Colchágua, Curicó e principalmente Maule, onde existe uma maior diversidade geográfica.

A grande diversidade de solos presentes no vale permite o cultivo de muitas variedades. A ampla gama disponível se transforma numa fonte de inovação e experimento para a equipe de enólogos e viticultores, sempre em permanente busca da mais alta qualidade e excelência.
  
Vinhedo San Rafael – Desde 1998 o mais importante vinhedo do Vale do Maule, possui plantações de uvas tintas e brancas. A grande maioria dos vinhos Chilcas é originária deste vinhedo, como o Single Vineyard Cabernet Franc, um vinho sensacional, com taninos suaves e elegantes, e grande persistência.
  
Vinhedo Tapihue – Localizado no Vale de Casablanca, a poucos quilômetros do Oceano Pacífico, seu clima fresco e solo argiloso tem feito desta área uma apelação reconhecida em nível mundial pela qualidade de seus vinhos brancos e Pinot Noir. Como o Reserva Sauvignon Blanc, fresco e mineral, com sabores tropicais e uma acidez agradável.

 Vinhedo Nilahue – O Vale do Colchagua é hoje mundialmente reconhecido pelos vinhos elaborados com Cabernet Sauvignon, Carmenère, Syrah, Sauvignon Blanc e Chardonnay. O Reserva Cabernet Sauvignon, originário desse vinhedo, é um vinho persistente com acidez equilibrada, taninos abundantes e de grande qualidade.

Vinhedo Los Niches – No Vale do Curicó, próximo a Cordilheira dos Andes. Neste vinhedo são plantadas a Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Carmenère, Merlot, Syrah, Sauvignon Blanc, Chardonnay e Pinot Noir. Os vinhos se caracterizam por sua expressão especialmente frutada, resultado da grande diferença entre as temperaturas do dia e da noite.

Vinhos Chilcas:

Select Vineyards –  linha de entrada com vinhos que refletem a fruta e os aromas característicos da variedade, expressivos e autênticos. Cabernet Sauvignon, Carménère e Sauvignon Blanc.

Reserva – vinhos de terroir, elaborados com uvas especialmente selecionadas, bem equilibrados, com boa estrutura e potência: Carmenère, Syrah, Sauvignon Blanc e Chardonnay – (10 meses de barril).

Single Vineyard – nesta linha produzem Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e País (12 a 14 meses de barril)  Pinot Noir (10 a 12 meses de barril)  e Chardonnay  (70% em 12 meses de barril).

Late Harvest – com 93% Sauvignon Blanc e 7% Gewurztraminer, com 11,5% de álcool. Amarelo profundo com reflexos dourados, muito aromático, apresentando notas de papaya, casca de laranja, figos e damasco, além de nuances cítricas e florais.

Vinhos ícones:

Red One – Ótimo corpo, frutado, taninos equilibrados, aromas de frutas confitadas, na boca aparecem elegantes notas de café torrado, baunilha e chocolate, provenientes de seu tempo em barricas (50% Merlot, 35% Cabernet Franc, 10% Cabernet Sauvignon, 3% Malbec e 2% Petit Verdot – com 12 a 14 meses de carvalho francês). Premiação:
Safra 2007 - Guia Descorchados 90 pontos
Safra 2009 - Wine Spectator 90 pontos

Las Almas – A Carménère é a uva pela qual o Chile ficou famoso, a alma do vinho chileno, por isso o nome. Um vinho, de grande corpo, com taninos suaves e maduros, caráter elegante e muita complexidade. (95% Carménère e 5% Cabernet Franc com 10 a 12 meses de barril).
Premiação:
Safra 2009 - Guia Descorchados 90 pontos

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Winebar - Degustação Online

Um evento para os apaixonados por vinho.

Winebar está de volta e cheio de novidades!

Winebar é um serviço criado para os apaixonados pelo vinho, onde serão realizados eventos e degustações ONLINE através das redes sociais. Além da participação dos convidados através de mensagens enviadas pelo Facebook, você poderá também assistir a transmissão ao vivo pela web. Winebar é um jeito fácil de conhecer ótimos vinhos, conversando diretamente com o produtor, só que no conforto de sua casa.

Dia 06/11 (terça), às 20:00hs, direto do Le French Bazar em SP, será feita mais uma transmissão do Winebar. Desta a degustação será com Julien Breuzon, produtor dos Champagnes Vollereaux, importado pela Chez France.

E você pode ganhar um Champagne Vollereaux Brut! 
Basta se cadastrar neste link.

Para assistir o evento, clique neste link.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Degustação dos vinhos da Bodega Sottano na Vino&Sapore



Ficou um pouco sem uma conclusão se o indiano que ofereceu a rosa para o Daniel era um empresário da área botânica ou se era um exercício para identificar os aromas dos Amarones, Ripassos e Valpolicenas que estavam sobre a mesa. Alguns dizem que o objetivo do indiano era outro, mas não ficou muito claro.

Esta introdução é só uma pitada do clima que estava na noite de degustação dos vinhos da Bodega Sottano na Vino&Sapore do nosso amigo João Clemente. A noite teve, além dos vinhos, o final esperado com a pizza Obelix (acho que é esse o nome da pizza) que é feita com lingüiça de Javali.

A noite estava reservada para os vinhos da Bodega Sottano, trazidos pela Maxbrands, mas começamos com um espumante da Batasiolo, o Millesimè 2006. Uma delícia de espumante, muito aromático, boa perlage, bom corpo.

Ai vieram os vinhos da Sottano, começando com a linha Clássico, depois os da linha Reserva, na sequência os da linha Reserva de Família, e por fim o melhor da noite. O João fez um esquema interessante: para cada linha, experimentávamos um da uva Malbec e outro da Cabernet Sauvignon, como que em um combate.

Para mim, novamente a Cabernet Sauvignon superou a Malbec!!! A Argentina está cada vez mais mostrando que sua melhor uva é a Cabernet Sauvignon. Os vinhos desta uva de lá mostram um equilíbrio interessante, tem fruta, tem madeira, tem corpo, mas tem acidez que transforma o vinho!

Porém, a estrela da noite foi um puro Malbec, o Judas 2007. Profundidade, aromas com diversas camadas: fruta, madeira, tostado; e ainda a elegância do seu corpo, acidez e taninos totalmente equilibrados.

A anedota com o indiano lá do começo aconteceu em outro lugar, em outro momento. Dizem que foi verdade, não estava lá para comprovar. Mas o importante é que o vinho transforma o ambiente, e que qualquer anedota deixa o ambiente muito mais alegre. Se alguém não disse ainda, digo eu: “o empolgante no mundo do vinho é o momento que ele proporciona! Momento para estar com amigos, para compartilhar alegrias e relaxar.”  (by vinhoclic).

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Toro Loco: vale a pena experimentar?

Queridos leitores, eu ainda não experimentei o famoso Toro Loco. Não sei se irei, mas gostaria de deixar minha opinião sobre todo o movimento criado ao redor deste rótulo.

O vinho Toro Loco Tempranillo 2011 foi premiado no “International Wine and Spirit Competition” (IWSC), mas o que gerou toda essa onda de notícias é que nesta competição ele, que custa 3,59 libras, ficou à frente de vinhos com renome internacional que custam até 31 libras.

Como sempre faço, fui fazer minhas pesquisas a respeito do vinho.

 O vinho Toro Loco, marca própria da cadeia de supermercados Aldi produzido pelas Bodegas Coviñas , é feito com 100% da uva Tempranillo na denominação de origem Utiel Requena (região de Valencia). Aqui está o link da página da IWSC que outorgou o prêmio para o Toro Loco Tempranillo 2011. Encontrei a informação sobre a premiação em alguns sites de notícias, mas nas páginas da Aldi , e nas das Bodegas Coviñas (opção “Noticias e Novedades”) ainda não é mencionada.

 A Decanter também outorgou ao Toro Loco Tempranillo 2011 o prêmio de “commended” (em uma tradução livre: “menção honrosa”).

 Os vinhos que ele “bateu” na competição mencionados em algumas reportagens foram:

- Costa di Bussia Barolo Riserva DOCG 2005: a vinícola ostenta em seu site alguns prêmios “silver” e “bronze”; na Inglaterra, o custo deste vinho é £26; o vinho da safra 2006 recebeu 95 pts de Huon Hooke;

 - Stag's Leap Wine Cellars Artemis Cabernet Sauvingon 2009: um vinho de £22, recebeu vários prêmios “silver” e “bronze”. A Vinicola tem uma longa lista de vinhos com altas pontuações de Robert Parker, Wine Advocate (RP), Wine Spectator, Wine&Spirits, Wine Enthusiast, mas não menciona o prêmio do 2009 Artemis da IWSC.

Também li comentários de degustação de alguns especialistas, que, na sua maioria, afirmam que o Toro Loco é um vinho bom para o preço.  Ao que parece, a fama deste vinho não teve a mesma repercussão no exterior como teve aqui no Brasil. Tampouco, os vinhos que foram classificados abaixo do Toro Loco são vinhos considerados bons.

Resumindo, foi uma grande jogada de marketing para um vinho apenas razoável. Resta saber se este tipo de “jogada” serve bem ao nosso mercado, ainda imaturo para avaliar vinhos. Não tive como não comparar com o vinho alemão da garrafa azul. 


Outras referêcias:
http://www.dailymail.co.uk/news/article-2149036/It-s-corker-Red-wine-costing-3-59-sold-Aldi-scoops-international-award.html 
http://money.aol.co.uk/2012/05/24/3-59-aldi-wine-thumps-30-competition/
http://www.montrealgazette.com/life/Wine+taste+testing+supermarkets+depanneurs+Eight+whites+reds+tasted+winners/6710268/story.htmlhttp://www.vinopedia.com/wine/Costa+di+Bussia+Barolo
http://www.cask23.com/pressPraisehttp://www.standard.co.uk/news/uk/the-359-supermarket-plonk-that-tastes-as-good-as-vintage-bottles-of-wine-costing-ten-times-the-price-7781877.html
http://www.montrealgazette.com/life/Wine+taste+testing+supermarkets+depanneurs+Eight+whites+reds+tasted+winners/6710268/story.html 
http://www.costadibussia.com/eng/index.php?id=vini/barolo_docg_riserva&m=vini/submenu&download=9#torolocoday

sábado, 31 de março de 2012

Corsican Nature Pinot Noir / Niellucciu 2007

Hoje o almoço foi algo simples e rápido. Foi um filet grelhado que pedimos em hamburgueria aqui perto de casa, acompanhando maionese, ovo frito e batatas fritas. Bem típico das nossas lanchonetes que servem os hamburgeres.


Um prato que, por sua simplicidade, textura da carne suculenta e a gordura da maionese, iria muito bem com vinhos que tenham elegância, corpo médio e uma boa acidez ao mesmo tempo.

Escolhi o Corsigan Nature, do Empório Sório:
Ficha Técnica:
Região: Vin de Pays de L´Île de Beauté - Corsega

Safra: 2007

Graduação alcoólica: 12,5%

Composição: 60% Pinot Noir e 40% Niellucciu

Vinificação: Maceração à frio. Fermentação à temperatura controlada. Maturação em cuba de aço inoxidável por 6 meses.

O vinho apresenta aspecto de cor rubi pouco evoluído, transparente, halo ainda pequeno. Um aroma muito franco e límpido de frutas vermelhas frescas. Na boca, elegância e equilíbrio. Um vinho muito interessante e agradável.

Acompanhou muito bem o filet grelhado e ainda fiquei bebericando por um bom tempo após a refeição. Pronto para beber.

VinhoClic

segunda-feira, 19 de março de 2012

Equívocos no Regime de Salvaguarda do vinho brasileiro

Em termos filosóficos, restrição gera restrição!!! Restringir cria um círculo vicioso: menos vinhos importados, menos opções, menos consumidores, menor mercado, menor incentivo, menos opções, menos consumidores..... No limite, a tendência é diminuir até a extinção.

Está mais do que provado nas teorias econômicas que precisa crescer o bolo para melhor dividi-lo. Expandir cria o circulo virtuoso: mais opções, mais consumidores, maior mercado, maior incentivo, mais opções, mais consumidores. No limite, a tendência é expandir até abranger a toda base de possíveis consumidores.



Portanto, este é o primeiro equívoco na implantação do Regime de Salvaguarda do vinho brasileiro.

Segundo equívoco:

Parte-se do princípio que quando o consumidor brasileiro não encontrar o vinho importado que costumava comprar, este irá substituí-lo por um vinho brasileiro. Em alguma porcentagem isto poderá ocorrer, mas na maioria o brasileiro irá substituir o vinho importado de qualidade por outro de menor qualidade.

Terceiro equívoco:

O Regime de Salvaguarda tem por objetivo proteger a indústria nacional "por um período" para que o fabricante brasileiro consiga igualar em preço e qualidade o produto estrangeiro. Isso nunca ocorrerá, pois:
a) o vinho é totalmente dependente do terroir, não há como igualar em qualidade;
b) o alto custo do vinho brasileiro não é devido a falta de produtividade, e sim pelos altos custos da cadeia toda, incluindo impostos, custo de capital, infraestrutura cara (energia, transporte), entre outros fatores (veja meu post sobre este tema: http://vinhos-por-barnes.blogspot.com.br/2012/02/precos-no-brasil-impostomargem-ou-tem.html)

Quarto equívoco:
Esta medida irá reforçar o contrabando de vinhos importados. É notório que nosso país é corrupto e que as fronteiras não são controladas adequadamente. Assim, muitos vinhos de qualidade irão entrar no país por vias "não-oficiais". Todos etiquetados com o "selo de garantia". Além de aumentar a carga de nossos queridos viajantes ao exterior que irão trazer muitas "encomendas" dos que ficam por aqui.

domingo, 4 de março de 2012

Kerubiel: um anjo de vinho mexicano

Em 2007, estive várias vezes no México a trabalho. Cheguei a passar 3 meses por lá (voltava alguns fins de semana) e pude conhecer muito da cultura mexicana, consequentemente dos seus vinhos. Aliás foi até divertido como fui apresentado aos vinhos mexicanos. Conversando sobre vinhos com um colega de trabalho, o Paco (óbvio, só poderia ser o Paco), ele me fez a pergunta: "Le gusta el vino mexicano?"... o que responder? Não tinha a mínima ideia de que o México produzia vinhos... então disse "Hay vinos mexicanos?". O Paco não ficou muito feliz, fez uma cara.... e para me provar que havia bons vinhos por lá, me pagou o jantar com vinho mexicano em um dos belos restaurantes do bairro Santa Fé!!



Um aparte: não sofri o tal mal de Montezuma como é comum aos iniciantes na comida mexicana, mas não sou um apaixonado por ela. Sempre adicionava ao meu pedido "sin picante". Mas saindo das pimentas e do maiz, há algo interessante na culinária mexicana. Lembro de um bar/restaurante com comidas ligadas às coisas do mar que, entre outros itens, oferecia um caldo de frutos do mar que bebíamos em copo (o suadouro já começava ali), e não em um prato ou cumbuca comendo com colher o que seria normal para um caldo. Também pedia sempre um polvo grelhado, de apresentação muito simples: sem a cabeça com os tentáculos chamuscados pelo calor da brasa da grelha!! Ficava meio sêco, mas eu adoro polvo.... 


Voltando aos vinhos mexicanos, tive então a oportunidade de perguntar ao meu amigo Paco: "Le gusta el vino brasileño?"... de pronto respondeu "Hay vinhos brasileños?"... Como naquela época, eu vivia somente em aeroportos, acabei comprando uma garrafa de Lidio Carrara, sempre presente nas prateleiras da loja do free shopping na saída do Brasil, para presenteá-lo.


Não lembro do vinho que tomamos naquele jantar, nem do nome do restaurante. Lembro que era "una tienda de vinos con mesas para comer", que provavelmente já deve ter mudado para "un restaurante com venta de vinos" pois o local já tinha muitas mesas, todas cheias, fora a espera. As prateleiras dos vinhos formavam todas as paredes do restaurante, inclusive servindo para separar ambientes. Um maná para nós apreciadores de vinho.


De qualquer forma, ficou a marca em mim de que havia vinhos mexicanos sim e alguns bem interessantes. Já tomei alguns mexicanos depois disso, lembro principalmente do Vino de Piedra 2007 - Ensenada, bem apreciado por lá, um excelente vinho.


Gostaria de compartilhar este último que tomei:
Kerubiel Adobe Guadalupe 2007


Adobe Guadalupe Vineyards and Inn: um local realmente para o prazer -> uma vinícola e um haras com um bed&breakfast.... Veja este vídeo de apresentação:



A música é envolvente, uma mistura de cigana e mexicana, que mostra toda a latinidade hispânica desta vinícola. A casa com o passeio central e seu chafariz me transportou para um México romântico e conquistador. E os nomes de seus vinhos não poderia exprimir melhor a cultura católica e a religiosidade fortemente incutida naquele povo.

O local parece harmonioso, as parreiras, os cachos, os trabalhadores, o trato das uvas, com anjos espalhados por todo o canto, anjos que dão nomes aos vinhos. Até as luminárias e adereços dos muros tem asas que nos lembram os seres angelicais. Por fim, não poderia faltar a Virgem de Guadalupe, a padroeira das Américas.

E dentro deste espírito religioso foi criada esta vinícola, a partir da visão da matriarca da família em uma visita a igreja de Notre Dame em Paris. Esta história não poderia ser mais mexicana, não?!

A vinícola tem como filosofia a harmonia com a natureza e a experiência única com seu vinho. Por isso, fazem vinhos multivarietais, no estilo do Vale do Ródano - França. Vejam a influência do novo mundo, principalmente da indústria vinicola da California, nesta declaração: a experiência única tem como um dos principais fatores o vinho de corte, tão comum no velho mundo.

Nem preciso dizer q este vinho, o Kerubiel, é celestial:
Castas: 31% Cinsault, 29% Syrah, 29% Mourverdre, 6% Grenache, 5% Viognier
Alcool: 13.8 %
12 meses en barrica

Coloração Rubi brilhante, mostrando boa vivacidade mesmo depois de 5 anos.
Ao nariz, não muito potente, mas com boa complexidade, aromático, madeira bem integrada, frutas vermelhas, perfume floral, couro e defumado. Conforme o tempo no copo, os aromas iam se abrindo.
Na boca, corpo médio, boa acidez, taninos redondos, um amargor agradável.
É um corte do sul do Vale do Ródano, e as impressões na degustação foram muito próximas das características dos vinhos daquela região.

Uma pena que os vinhos mexicanos são caros, mesmo lá no México. É uma barreira para o desenvolvimento da vitivinicultura mexicana, realmente uma pena pois este vinho é mais um exemplo da boa qualidade da produção vinícola daquele país.