domingo, 4 de março de 2012

Kerubiel: um anjo de vinho mexicano

Em 2007, estive várias vezes no México a trabalho. Cheguei a passar 3 meses por lá (voltava alguns fins de semana) e pude conhecer muito da cultura mexicana, consequentemente dos seus vinhos. Aliás foi até divertido como fui apresentado aos vinhos mexicanos. Conversando sobre vinhos com um colega de trabalho, o Paco (óbvio, só poderia ser o Paco), ele me fez a pergunta: "Le gusta el vino mexicano?"... o que responder? Não tinha a mínima ideia de que o México produzia vinhos... então disse "Hay vinos mexicanos?". O Paco não ficou muito feliz, fez uma cara.... e para me provar que havia bons vinhos por lá, me pagou o jantar com vinho mexicano em um dos belos restaurantes do bairro Santa Fé!!



Um aparte: não sofri o tal mal de Montezuma como é comum aos iniciantes na comida mexicana, mas não sou um apaixonado por ela. Sempre adicionava ao meu pedido "sin picante". Mas saindo das pimentas e do maiz, há algo interessante na culinária mexicana. Lembro de um bar/restaurante com comidas ligadas às coisas do mar que, entre outros itens, oferecia um caldo de frutos do mar que bebíamos em copo (o suadouro já começava ali), e não em um prato ou cumbuca comendo com colher o que seria normal para um caldo. Também pedia sempre um polvo grelhado, de apresentação muito simples: sem a cabeça com os tentáculos chamuscados pelo calor da brasa da grelha!! Ficava meio sêco, mas eu adoro polvo.... 


Voltando aos vinhos mexicanos, tive então a oportunidade de perguntar ao meu amigo Paco: "Le gusta el vino brasileño?"... de pronto respondeu "Hay vinhos brasileños?"... Como naquela época, eu vivia somente em aeroportos, acabei comprando uma garrafa de Lidio Carrara, sempre presente nas prateleiras da loja do free shopping na saída do Brasil, para presenteá-lo.


Não lembro do vinho que tomamos naquele jantar, nem do nome do restaurante. Lembro que era "una tienda de vinos con mesas para comer", que provavelmente já deve ter mudado para "un restaurante com venta de vinos" pois o local já tinha muitas mesas, todas cheias, fora a espera. As prateleiras dos vinhos formavam todas as paredes do restaurante, inclusive servindo para separar ambientes. Um maná para nós apreciadores de vinho.


De qualquer forma, ficou a marca em mim de que havia vinhos mexicanos sim e alguns bem interessantes. Já tomei alguns mexicanos depois disso, lembro principalmente do Vino de Piedra 2007 - Ensenada, bem apreciado por lá, um excelente vinho.


Gostaria de compartilhar este último que tomei:
Kerubiel Adobe Guadalupe 2007


Adobe Guadalupe Vineyards and Inn: um local realmente para o prazer -> uma vinícola e um haras com um bed&breakfast.... Veja este vídeo de apresentação:



A música é envolvente, uma mistura de cigana e mexicana, que mostra toda a latinidade hispânica desta vinícola. A casa com o passeio central e seu chafariz me transportou para um México romântico e conquistador. E os nomes de seus vinhos não poderia exprimir melhor a cultura católica e a religiosidade fortemente incutida naquele povo.

O local parece harmonioso, as parreiras, os cachos, os trabalhadores, o trato das uvas, com anjos espalhados por todo o canto, anjos que dão nomes aos vinhos. Até as luminárias e adereços dos muros tem asas que nos lembram os seres angelicais. Por fim, não poderia faltar a Virgem de Guadalupe, a padroeira das Américas.

E dentro deste espírito religioso foi criada esta vinícola, a partir da visão da matriarca da família em uma visita a igreja de Notre Dame em Paris. Esta história não poderia ser mais mexicana, não?!

A vinícola tem como filosofia a harmonia com a natureza e a experiência única com seu vinho. Por isso, fazem vinhos multivarietais, no estilo do Vale do Ródano - França. Vejam a influência do novo mundo, principalmente da indústria vinicola da California, nesta declaração: a experiência única tem como um dos principais fatores o vinho de corte, tão comum no velho mundo.

Nem preciso dizer q este vinho, o Kerubiel, é celestial:
Castas: 31% Cinsault, 29% Syrah, 29% Mourverdre, 6% Grenache, 5% Viognier
Alcool: 13.8 %
12 meses en barrica

Coloração Rubi brilhante, mostrando boa vivacidade mesmo depois de 5 anos.
Ao nariz, não muito potente, mas com boa complexidade, aromático, madeira bem integrada, frutas vermelhas, perfume floral, couro e defumado. Conforme o tempo no copo, os aromas iam se abrindo.
Na boca, corpo médio, boa acidez, taninos redondos, um amargor agradável.
É um corte do sul do Vale do Ródano, e as impressões na degustação foram muito próximas das características dos vinhos daquela região.

Uma pena que os vinhos mexicanos são caros, mesmo lá no México. É uma barreira para o desenvolvimento da vitivinicultura mexicana, realmente uma pena pois este vinho é mais um exemplo da boa qualidade da produção vinícola daquele país.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Preços no Brasil: imposto+margem ou tem outros fatores???

Tenho visto alguns comentários, posts e textos sobre os preços no Brasil, que realmente são abusivos, extremamente superiores a praticados em outros países. Esta é uma situação que terá conseqüências graves em um breve futuro.

Porém a análise não é tão simples como colocam em alguns desses comentários. É real que o Brasil tem uma carga tributária imensa e que as margens dos produtos são enormes, mas só isso não explica os preços por aqui.

O grande problema do Brasil é a falta de eficiência.



Tenho certeza que você já ouviu falar do custo Brasil. Este custo é composto, além de impostos, por ineficiências, restrições, péssimas condições de operação empresarial, juros e ainda por uma cultura de rápido retorno.
Tanto impostos abusivos como margens de lucro altas são conseqüências de outros fatores. É um texto de forma geral desta questão no Brasil, mas em alguns pontos vou focar o mercado de vinhos importados. Vamos às principais:

Impostos:
A carga tributária sobre o PIB no Brasil é em torno de 35%. 12 pontos percentuais acima da Argentina (quase 50% maior) e 7 pontos acima dos EUA (25% maior).
Quando falamos de carga tributária, não só de ICMS, IPI e Cofins tratamos. Inclua-se ai IPTU, IPVA, enfim uma série de impostos que não estão ligadas à operação da empresa, mas que compõe sua base de custo.
E outro complicador que não se menciona muito é a complexidade das leis. As empresas precisam manter departamentos inteiros ou contratar empresas especializadas para cumprir integralmente com a legislação fiscal e outras burocracias. Uma empresa de pequeno porte dificilmente tem condições de cumprir com toda essa legislação e ai abre-se uma porta para a corrupção.

Corrupção:
Temos um governo corrupto que precisa de burocracia e leis complicadas para manter essa corrupção. Se o governo já é sócio do nosso negócio com os impostos, a corrupção faz com que os fiscais do governo também fiquem sócios.
Vocês devem imaginar o que é desembaraçar um container no porto. Muitas vezes o produto fica retido por meses no porto esperando uma solução burocrática. E ainda complicam mais, incluindo o tal selo no vinho. O capital empatado e a operação logística com mais operações vai encarecendo o produto ali parado no porto.

Custo do Capital:
A taxa básica da economia está em 10,5% ao ano, levando os juros reais para 4,9% (descontando a inflação). Agora se o empresário brasileiro tivesse acesso a crédito nesse patamar de taxa de juros estaríamos no céu.
O custo do capital está em torno de 30% ao ano. Adicione-se a isso a dificuldade em obter crédito.
Imagine novamente na situação acima para a liberação do container no porto, o impacto do custo do capital no preço da mercadoria.

Custo da folha de pagamento:
Além dos impostos incidentes sobre o produto e sua movimentação, também outro custo torna a operação brasileira entre as mais caras do mundo. Enquanto nos EUA, os encargos sobre a folha de pagamento giram em torno de 6 a 7%, no Brasil chega a ser de 80% (sem contar benefícios extras que as empresas oferecem).
Eu sou do mercado de tecnologia da informação e sei o quão pouco competitivo somos no mercado mundial de desenvolvimento de software devido principalmente ao custo da mão de obra por aqui.

Infra-estrutura:
O Brasil está muito, mas muito atrasado neste quesito. Falo da infra-estrutura de toda ordem: logística, telecomunicações, energia, educação.... entre outras.

Logística: dependemos de um único modal interno: rodoviário, que não é a de menor custo. Também é a de menor segurança, mais suscetível a assaltos. Devido a esta falta de segurança, as empresas são obrigadas a ter sua própria esquema de segurança. Mais custo!
Portos ruins de operação deficiente e estrutura atrasada, estradas de péssima qualidade ou quando não com alto custo de pedágios, o pior combustível do mundo (nossa gasolina ou diesel é umas das mais ineficientes). De novo, vários fatores que geram custo e ineficiência.

Telecomunicações e energia: é das mais caras do mundo. O Brasil precisou dar um salto de qualidade nos anos 90, estávamos muito defasados do mundo. Foram pesados investimentos que estamos pagando a conta ainda.
Conheço várias empresas que deixam de manter operação fabril no Brasil devido a estes custos. Um exemplo é a indústria de papel (por um lado felizmente não instalam outras unidades aqui, pois é um setor muito poluidor) que é intensivo em energia elétrica.

Educação: o brasileiro é um dos melhores profissionais que já vi no mundo, porém somos muito mal formados. Péssimas escolas de base e uma enxurrada de faculdades e universidades sem a menor condição de formação adequada de mão de obra qualificada. A universidade pública, que é de boa qualidade, acaba recebendo os alunos das melhores escolas secundárias, portanto as pagas. Mesmo o 2º grau que poderia formar técnicos, são raros os casos de escolas que formam adequadamente. Portanto acabamos por ter uma mão de obra não tão eficiente, que apesar de todo o esforço, criatividde do profissional brasileiro.

Ineficiência de gastos do governo:
Pode parecer retórica, mas o fato de pagarmos altos impostos e não termos em retorno de serviços eficientes de saúde, educação, moradia, traz mais custo para as empresas. Ela acaba tendo que ocupar esta falha do governo. Os gastos com programas sociais têm que dar o segundo passo: primeiro trouxe o peixe, agora precisa ensinar a pescar. Isto quer dizer, formar melhor mão de obra e gerar condições de aumentar o emprego.
Além da ineficiência de serviços para a população, a falta de investimentos na infra-estrutura causa problemas que podem gerar um apagão neste país, um apagão logístico, de energia, de mão de obra... Muito preocupante.

Uma frágil estabilidade:
Tudo é recente neste país. A estabilização política ainda não tem 30 anos. Muitos dos políticos atuais que gravitam no poder ainda são da geração da ditadura militar. Como a transição não foi uma ruptura, foi negociada, a população teve uma participação parcial no processo, ainda existem resquícios da cultura política de outrora.
A estabilidade econômica é mais recente ainda. Ainda brigamos para evitar a inércia inflacionária. Apesar de o governo atual ter mantido a política econômica que gerou esta estabilidade, vemos alguns setores do próprio governo dar menos importância a uma estabilidade econômica impulsionando gastos de custeio que não trarão incentivo à economia.
Com toda esta incerteza, o empresário coloca no seu custo o risco Brasil!!



Concluindo, a alta carga de impostos é um dos causadores dos enormes preços no Brasil sim é. Mas o governo precisa manter esta carga para conseguir cumprir com o custeio da máquina que, por sua vez, não traz benefícios para a economia, portanto empresas, portanto aos empregados.



Por sua vez, os empresários colocam altas margens para 1) para compensar este custo Brasil e 2) para remunerar o alto risco de ser empreendedor no Brasil, pois ainda vivemos uma estabilidade muito frágil. Um empresário faz um investimento de porte médio para baixo buscando um retorno de capital entre 2 e 3 anos.



Então o que temos que mudar:


1) O governo precisa ser mais eficiente. A arrecadação com os impostos precisa retornar mais para a infra-estrutura para as empresas. Reduzir a burocracia.
2) Criar melhores condições de competição nas áreas de telecomunicações, energia e financeira. As empresas precisam baixar seus preços
3) Merece um item: o spread bancário precisa cair drasticamente. Necessitamos de mais competição no mercado financeiro, os bancos governamentais precisam exercer um papel mais decisivo aqui. O Banco Central precisa reduzir o depósito compulsório para aumentar a oferta de dinheiro e os bancos comerciais precisam ser menos gananciosos!!! Talvez a criação de uma agência reguladora poderia reduzir os ganhos dos bancos.
4) Melhorar a malha logística, desde portos, rodovias, aéreo (reduzir custos!!!) e incrementar muito a ferrovia.
5) O empresário precisa ter confiança no país e na estabilidade político-econômica e fazer investimentos de mais longo prazo. O retorno irá acontecer ao longo de dez, quinze, vinte anos.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Para começar a entender a Borgonha

Recentemente estive em uma palestra sobre vinhos da Borgonha, na qual foram degustados alguns exemplares únicos da região (nenhum deles é importado regularmente para o Brasil) e ao final um jantar com o famoso boeuf bourguignon.



Conhecer um pouco da Borgonha (sim, foi muito pouco já que a palestra foi de 3 horas) nos faz viajar à mais fanática tradição de produção de vinhos. Os borgonheses elevam o conceito de terroir à enésima potência, há uma obsessão por encontrar o melhor local para a melhor uva com a melhor forma de vinificação. Também percebi que lá há um embate da tradição da produção em pequenas escalas e propriedades familiares, com a força econômica da produção com tecnologia (e química...). Utilizam-se, por exemplo, técnicas biodinâmicas, não por adotá-las recentemente, mas na verdade por nunca as terem deixado de usar.

Enfim, foi uma introdução que deixou na boca o gostinho que motiva a entrar mais neste mundo da Borgonha. Espero que o Jean e Sonia façam outros módulos do curso com temas mais detalhados.

Os vinhos apresentados foram todos excelentes e surpreendentes. Desde os Chardonnays, passando pela incrível Pinot Noir e chegando à encorpada e carnuda Gamay ... SURPRESA!!... estranhou???





Esta (abaixo) foi a maior surpresa da noite: tomamos um Gamay de alto potência, com um corpo de fazer inveja. A Gamay, hoje com uma imagem muito desgastada devido aos vinhos de Beaujolais que chegam ao Brasil, foi a principal uva tinta da Borgonha há séculos atrás. O vinho que tomamos foi feita por uma técnica ancestral que mantém a fase de fermentação por mais 1 ou 2 semanas e matura (élevé) em carvalho por 4 anos, assim tirando o máximo da casca e “domando” o vinho nos tóneis. O resultado é um vinho potente, encorpado, complexo, redondo!! Apresento o Gamay de Futur do Chateau de Villars Fontaine.


Por fim, junto com o bouef, nada mais nada menos que um Grand Vin de Bourgogne, um Corton-Renardes Grand Cru da Domaine Marius Delarche.

Além dos participantes do curso, tive a oportunidade de conhecer a Sonia e o Jean que foram maravilhosos na organização e recepção. Proporcionaram um momento único e uma ótima entrada para o mundo da Borgonha.

Também não poderia deixar escapar a oportunidade para comentar um outro vinho que tomamos lá, uma colher de chá do Jean. Foi um vinho de garagem feito por Jean lá no Vale dos Vinhedos: Éléphant Rouge 2008 (acho que é a primeira safra do vinho), um Cabernet Sauvignon excelente, bem estruturado, ótimo corpo, boa complexidade.


Serviço da palestra:
Curso de vinhos da Borgonha
Conduzido por Jean Claude Cara
Realizado por Éléphant Rouge e Madame do Vinho (Sonia Denicol)
Local: La Régalade

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Minha retrospectiva 2011 (4)

E agora os melhores do ano.

A maioria dos meus melhores do ano não é comercializada no Brasil. Ainda tem muito vinho lá fora que não é comercializada no Brasil. Mas a má notícia é o custo final desses vinhos aqui se eles forem importados. Quando comparo o preço no varejo do mesmo vinho aqui em reais e no exterior em dólar ou euro, o fator de multiplicação é no mínimo 10. Assim, um vinho na Europa de €15 aqui custará R$ 150 por baixo. Mas este é outro assunto....




Em relação aos melhores, vou começar pela jóia do espumante no Brasil: Maria Valduga. E escolho pelo conjunto da obra: o espumante é excelente, a garrafa um luxo e a emoção e carisma do João Valduga de entusiasmar. Também ajudou na escolha o fato que a Casa Valduga é minha vinícola de coração.

Vau Vintage Porto 2000 Sandeman me impressionou. Um porto diferente, muito vivo, cheio de acidez e frescor. A combinação desse frescor com a doçura do porto faz este vinho ser surpreendente e marcante. Um vintage ainda muito jovem, mas que já está ótimo para ser servido, não é um infanticídio!!!







O outro que gostaria de mencionar foi uma grande e agradável surpresa. O vinho veio do Ribatejo (acho que agora é somente Tejo), mais precisamente de Tomar. O Encosta do Sobral Reserva 2007 é um vinho de ótima qualidade feito com as castas Touriga Nacional, Trincadeira e Touriga Franca. Aromas complexos, equilibrado, muito persistente e encorpado. Vencedor de várias medalhas, recebeu 17 pontos de João Paulo Martins e foi considerado a melhor relação custo x benefício 2010 por Rui Falcão.

Por fim, o melhor do ano: San Filippo Le Lucére Brunello de Montalcino 2006!! Um daqueles vinhos inesquecíveis, para tomar de joelhos. Aromas abundantes, aveludado, encorpado e fica presente por muiiiiiito tempo. Um vinho refinado, tudo se encaixou perfeitamente. Recebeu 95 pontos do James Suckling (JS) e 93 da Wine Spectator (WS). E com os anos ficará ainda melhor!!!



O ano não acabou ainda. Quem sabe não surge alguma surpresa. O importante é apreciar o momento criado pelo vinho, com a desculpa de “degustá-lo”.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Minha retrospectiva 2011 (3)

Fora as surpresas, tive as confirmações!!! Expectativas plenamente satisfeitas. Puxa vida, é uma lista bem grande...

Entre os argentinos, as melhores “confirmações” foram Occasionale 2006(um vinho bem intrigante) e Linda Flor Malbec 2006.

Entre os chilenos, destaco: Seña 2006 (um dos tops que tomei este ano), Altura 2004 (outro dos tops), Casa Real CS 2002, Terra Noble Reserva 2006 Carmenere, Cousiño-Macul Finis Terrae 2008 e Los Vascos Grande Reserva 2006.

Acho que este foi meu ano de vinhos de Portugal, foram muitos. Destaco: Quinta de Pancas Grande Escolha 2005, Cartuxa Colheita 2005, Quinta da Pacheca Reserva 2007 Douro, Quinta dos Quatro Ventos e Emme Grande Escolha 2003 (que infelizmente não é mais comercializado no Brasil depois que a Lusitana fechou....). Coloco aqui também o espanhol El Vínculo, como destaque da Península Ibérica.

O Uruguai foi uma das agradáveis confirmações com alguns vinhos de ponta: Abraxas 2007, De Lucca Tannat 2008 e Arerunguá Tannat 2002. Só não classifico como surpresas porque tinha altas expectativas sobre esses vinhos.

Comecei a entender melhor a Itália. Aliás o meu melhor vinho deste ano é italiano, mas falo em outro post. Das confirmações, destaco: Barolo Beni de Batasiolo 2006 (ótimo custo x benefício) e Badia a Coltibuono Chianti Classico 2007.

Minha retrospectiva 2011 (2)

Tive algumas surpresas, mas decepcionantes!!! Vinhos que prometiam mas não cumpriram. De novo, expectativas... mas desta vez as que não se realizaram, as que deixaram a desejar.

A maior decepção foi o Casillero del Diablo CS 2009. Casillero del Diablo é um dos vinhos mais vendidos no mundo, muito consumido nos EUA principalmente. Segundo amigos que moram lá, na maioria das festas se serve Casillero del Diablo. Porém, é um vinho razoável, sem muita expressão. Seu marketing cria uma grande expectativa que não se realiza!!!

Outro vinho que causa alguma decepção é o Mouton Cadet 2007. Tomei um Mouton Cadet na França que achei muito bom, mas os que tomei aqui no Brasil não se comparam àquele. De novo, expectativas não realizadas.

Um outro vinho que esperava mais dele foi o Flor de Crasto 2008. A vinícola Quinta do Crasto tem uma história significativa que por si só já basta para colocar seus vinhos em um patamar superior. Apesar do Flor de Crasto ser seu vinho de entrada, as expectativas não foram atendidas.
Mas vou continuar tentando esses vinhos, afinal como eu disse o momento faz o vinho.

Minha retrospectiva 2011 (1)


Como passa rápido!!! Foram quase 365 dias, 52 semanas e uns 100 litros de vinho. E teve cada vinho!!! Difícil escolher o melhor, mesmo porque, como dizem nossos amigos filósofos, tudo é relativo. Claro que existe o melhor absoluto, mas você escolheria sempre este em qualquer ocasião? Acho que não!!! Tem aquele de melhor custo x benefício, aquele para o almoço de domingo, o que você abre no sábado à noite para seus convidados do jantar, ou até o que é ótimo para tomar numa segunda-feira à noite!! Sem falar de momentos como tomando sol, churrasco, o happy hour da quinta e o almoço de trabalho da sexta.


Portanto, o momento faz o vinho (ou será que vinho faz o momento.. sei lá!!). Pude comprovar novamente que o importante no vinho é completar a bebida com o ambiente, onde, com quem e o que você está fazendo faz toda a diferença.

Este ano experimentei alguns vinhos que ficaram na minha memória!! E não são os mais pontuados ou caros, muitas vezes vinhos surpreendem porque superam as nossas expectativas. Descobri este ano algumas regiões que me surpreenderam como Bierzo na Espanha e sua uva autóctona (nativa) a Mencía. Outra descoberta foi de algumas importadoras que estão se posicionando muito bem com produtos diferenciados e preços bem competitivos, são o Empório Sório e a Cave Jado. Com eles pude também conhecer algumas regiões e uvas até então desconhecidas como os vinhos da Córsega com as uvas nativas Vermentinu, Sciaccarellu, Nielluciu e Muscat a Petit Grains.

Apesar de já ter tido a oportunidade de conhecê-los há alguns anos, em 2011 tive a oportunidade de experimentar 3 vinhos do México. Acho que os vinhos mexicanos irão surpreender em breve, pois os que tomei estavam muito bons, sem exceção.

Ainda não acabei.... Volto em outros posts para falar sobre algumas outras surpresas!!

Até o próximo!!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Mulheres e Vinho: O Tinto Comanda

Traduzido de: Wine Enthusiast Magazine / Web 2011 / Women and Wine: Red Rules por Melanie Nayer
Traduzido por Bia Barnes

Doutores afirmam que uma taça de vinho por noite faz mais do que fazer florescer o paladar das mulheres.


Existe uma maneira mais prazerosa de cuidar dos seus alimentos, afinar as suas coxas e aumentar a sua libido?Estudos recentes mostram que beber uma taça de vinho tinto por dia é benéfica à mulher. Mas quanto realmente isso ajuda?

"Existem alguns estudos que discutem os efeitos do vinho tinto nas mulheres, mas infelizmente alguns deles convergem", diz o Dr. Jan Berger, MD, fundador da firma de consultoria de saúde Health Intelligence Partners. "As propriedades encontradas no vinho tinto quando ingerido com moderação mostraram que podem reduzir doenças coronárias e diminuir as inflamações de artrite nas mulheres. E dependendo da quantidade de vinho consumida e o tipo de cancêr, a ingestão do vinho tinto pode diminuir a gravidade da doença", ele diz.

Em um estudo recente conduzido pela Universidade de Missouri-Columbia, ficou provado que o vinho tinto contém componentes que ajudam a combater patologias que são conhecidas por causar doenças relacionadas a alimentos. A combinação de etanol, baixo pH, e phitoquimicas -como o revesratrol, que é também conhecido por suas propriedades antioxidantes-, cordas de E.coli, listeria e Salmonella não podem suportar o cocktail quimico.

E para quem faz dieta, é melhor ainda. Consumir uma taça de vinho tinto antes do jantar pode ajudar a reduzir alguns quilos por aumentar a sensação na mulher de estar satisfeita. Dr. Berger avisa entretanto que "isso pode também prejudicar programas alimentares de redução de peso porque o vinho reduz o foco em uma alimentação apropriada". Em outras palavras, depois de um pouco mais do que o devido de vinho, o saco de batatas chips pode parecer irresistível.

Ainda assim as propriedades benéficas do vinho vão além de prevenir doenças e auxiliar na redução do peso - ele pode também aumentar a libido de uma mulher. Em 2009, um estudo da Universidade de Florence comparou mulheres italianas que vivem na Toscana para determinar os efeitos que o vinho tinto tinha em suas vidas sexuais. Doutores na Universidade de Florence recrutaram 800 mulheres entre 18 e 50 anos, nenhuma que tenha delatado problemas sexuais ou que bebia mais do que duas taças de vinho por dia durante o período do estudo. As mulheres foram dividas em três grupos: Aquelas que regularmente consumiam uma ou duas taças de vinho tinto por dia, aquelas que consumiam menos do que uma taça por dia e aquelas que não bebiam. No fim, os resultados sugeriram que a mesa do jantar não é o único lugar para o vinho. Mulheres que consumiam de uma a duas taças de vinho por dia relataram que haviam aumentado seu apetite sexual e sua performance sexual também havia melhorado.

Dr. Berger sugere que uma das razões para isso é que: Consumir uma taça de vinho vai diminuir o nível de stress nas mulheres e aumentar o foco no seu parceiro, e assim criar uma experiência sexual mais íntima. Mas um Cosmopolitan (cocktail) não pode fazer o mesmo? De acordo com Associated Content, os pesquisadores do estudo da Universidade de Florence, acreditam quem existam certos componentes químicos no vinho tinto que o sangue leva para as áreas sexuais, causando uma estimulação sexual.

Mas cuidado apreciadoras: Antes de se deliciar com variadades do tinto na esperança de fortificar seu coração ou de soltar a sua deusa sexual interior, Dr. Berger avisa que a discussão sobre essas pesquisas devem ser levadas com leveza.

" No final, meu conselho é o mesmo que sempre digo para todas as outras questões da vida", diz Dr. Berger." Tudo com moderação".

Vinho, Estilo Chines


Traduzido de: Wine Enthusiast Magazine / Web 2011 / Wine, Chinese Style
Traduzido por Bia Barnes

O Chateau Changyu oferece um vinho com um "quê" oriental em um mercado que evolui rapidamente.


Mao Tse-Tung uma vez disse que o povo chinês deveria beber vinho ao invés de bebidas provenientes do arroz ou cervejas baratas; ele até mesmo encorajou a criação de vinícolas comandadas pelo estado. Hoje, a nação mais populosa do mundo está vivendo um aumento na produção e no consumo mundial de vinho, mas as vinícolas são geralmente limitadas a estruturas de armazéns do passado.

Entre no Chateau Changyu,um castelo de estilo francês, construido no topo de uma montanha e cercado por um cenario florestal que está localizado a uma hora de Pequim. Este castelo é o recente investimento da China para comercializar o vinho dentro do país através de lentes- e alguns dizem ser parecida com a Disneyland- idealistas.

Changyo é a maior vinícola na China, produzindo Cabarnet Sauvignon e Chardonnay. A vinícola é tanto uma promotora do estilo de vida relacionado ao vinho, como sua própria investidora. Direcionada para a classe média chinesa(as mesmas pessoas que estão conduzindo a evolução da cultura do vinho lá), a propriedade oferece tratamento para as sementes de uva, um museu da história do vinho, salas de degustação privadas e um teatro de 180 lugares passando Sideways com legendas em chinês e onde clientes podem simular ser produtores e comprar suas vinhas, cuidar delas durante o ano, colher as uvas e fazer o seu próprio vinho.

O projeto é uma complexa parceria entre Changyu, investidores da América, França, Itália e Portugal, e o governo chinês. Mas porque pender para o lado francês? Segundo Leng Tianji, o gerente geral dos hotéis e restaurantes da vila, é um contexto natural para o mercado chinês. " O povo chinês sabe que a França é o páis da cultura do vinho" , ele diz, um fato confirmado por um hábito dos chineses que falam inglês de chamar as vinícolas de "chateaus".

De qualquer forma, o produtor de vinho de Changyu, Ruan Shili vê um mercado interno prestes a explodir. "Nosso mercado é em sua maior parte interno e em 10 anos nosso mercado ainda será interno", ele diz. "O povo chinês per capita consome (de vinho) 1/2 L por ano. Mas a média mundial é de 3 a 4 litros por ano. Então há um espaço enorme crescendo dentro da China." Esse espaço crescente pode mudar a historia mundial do vinho.

domingo, 1 de maio de 2011

A joia do espumante brasileiro

A Casa Valduga lançou na Expovinis 2011 o espumante Maria Valduga. Maria Valduga foi a matriarca da familia que veio da Itália e que idealizou a produção de espumantes no método champenoise no Brasil.


A garrafa é de extremo bom gosto, negra com detalhes em ouro 18 quilates e um cristal Swarovski. No lançamento pudemos apreciar a garrafa número 000.
O método champenoise, conhecido como Clássico, é o mesmo utilizado na confecção dos famosos espumantes de Champagne, descoberto e aperfeiçoado pelo monge Dom Perignon, e consiste na segunda fermentação na própria garrafa. Essa segunda fermentação é a que forma as borbulhas (perlage).

O espumante Maria Valduga também utiliza as mesmas uvas do Champagne: a Chardonnay e a Pinot Noir e permaneceu 48 meses na garrafa antes do lançamento para o mercado.

Tive o privilégio de experimentar este espumante na feira junto com o pessoal da Valduga e principalmente do carismático João Valduga. E o espumante confirmou toda a nossa expectativa criada com a beleza da garrafa e de todo o processo de fabricação. Um espumante muito cremoso, com perlage consistente e boa complexidade.

Leia a ficha técnica e outras informações clicando no título deste post.

domingo, 24 de abril de 2011

Vinhos de Supermercado (3) - Flor de Crasto 2008 Douro DOC Portugal

Este fim de semana experimentei o Flor de Crasto 2008, um Douro-DOC, da vinícola Quinta de Crasto - Portugal.


Há somente pouco mais de 20 anos, a região do Douro em Portugal passou a mostrar ao mundo que produz vinhos além dos tradicionais e famosos Vinhos do Porto. Hoje, vinhos de mesa (na legislação brasileira, a denominação é vinho fino) do Douro, feitos com as mesmas uvas do Porto – Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz entre outras, são reconhecidos mundialmente e a Quinta do Crasto é uma das principais vinícolas que representam esta nova era da região.

Nota do Importador: “Situada à margem direita do Rio Douro, entre a Régua e o Pinhão, a Quinta do Crasto é uma propriedade com cerca de 130 hectares, dos quais, 70 são ocupados por vinhas. Com localização privilegiada e importantes investimentos realizados nos últimos anos, esta tradicional vinícola conta com modernas instalações que produzem vinhos de altíssima qualidade. A paixão que é colocada na elaboração dos vinhos faz com que a Quinta do Crasto tenha produtos reconhecidos internacionalmente.”
Fiquem atentos a esta vinícola. O plano, extremamente desafiador, é de chegar a ser considerado “o Petrús, o Mouton-Rothschild, la crème de la crème do Douro”, por Miguel Roquete.

Sobre o Flor de Crasto 2008, é um vinho de entrada do portfólio (o vinho mais simples da vinícola) e é feito somente para o mercado internacional. O preço está entre R$30 e R$40 (comprei no Carrefour, mas tem no Pão de Açucar também), e é um bom custo x benefício. O vinho apresenta cor rubi e reflexos violetas com pouca transparência, é bem frutado e tem corpo médio, bom equilíbrio (taninos, álcool e acidez não sobressaem) e fresco.

Seguem notas do enólogo:
Castas
Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional
Idade das vinhas
8 a 10 anos
Sistematização
Vinha tradicional em Socalcos
Solo / Exposição
Xisto / Nascente-Sul
Denominação de Origem
Douro
Ano
2008
Alcool, vol %
13%
Vinificação
As uvas vindimadas e transportadas em caixas de 25 kg são sujeitas a uma rigorosa triagem à entrada da adega, antes de serem desengaçadas e esmagadas e transferidas para cubas de fermentação em aço inox onde fermentaram com temperatura controlada durante um período de 10 dias.
Envelhecimento
Em cubas de aço inox.
Engarrafamento
Em Agosto de 2009 • 157.333 garrafas (0,75 Litros)
Enólogos
Dominic Morris e Manuel Lobo
Dados Analíticos
Ac. Total: 4,95 gr/L • pH: 3,67 • Ac. Res.: 1,8 gr/L
Prova
Cor: Violeta brilhante.
Nariz: Excelente projecção aromática com notas de fruta silvestre fresca, bem integrada com suaves notas florais.
Boca: Inicio fresco e muito elegante. Volume médio, bem envolvido por taninos redondos de grande suavidade. Boas notas de fruta silvestre fresca integrada numa estrutura compacta, que conferem uma correcta persistência.

domingo, 17 de abril de 2011

Confraria Pane, Vinum et Caseus 16/Abril/2011


O casal Luiz e Ana nos recebeu em seu apartamento no Morumbi para mais uma reunião da Confraria Pane, Vinum et Caseus. O Luiz tem uma adega excelente e nos ofereceu um Barolo Aurelio Settimo 2003 e um Saint Emilion Cordier 1997 já de início.
A noite foi regada por entradas e prato ótimos com vinhos melhores ainda.

Como entrada tivemos alguns tipos de queijo, pão (já tradicional) do Grandisoli com alguns patês. Começamos com o Tokaji Furmint 2008 da St. Stephan´s Crown. Um tokaji sêco (pelo menos mais sêco que os conhecidos Aszú) muito floral e frutas frescas que sobressaia a pêra. Combinou muito bem com queijos, mas principalmente com o brie. Com o gorgonzola fez um ótimo conflito que ambos se sairam muito bem.
O prato principal, também a cargo do Grandisoli, foi um risotto com calabreza. Acompanhamos com o italiano Secco-Bertani Valpolicella Valpantena 2002. Feito com a técnica Ripasso, as uvas Corvina Corvina e Rondinella são refermentadas nas cascas de Recioto e recentemente Amarone. Esta técnica dá um balanço de frutas frescas com notas de especiarias, e concentração e estrutura. Trocando em muídos, o Valpolicella é um vinho mais simples porém com a ajuda do Amarone o vinho fica mais complexo (aromas como especiarias) e na boca fica com mais corpo. A harmonização também foi muito boa, pois o risotto é um prato com textura de gordura e a calabreza dá o toque apimentado.
A sobremesa tivemos Creme de Papaya com licor de cassis feito pelo Paulo, e chocolates portugueses que o Pedro trouxe.
Ainda tivemos outros vinhos com destaque para Quinta de Pancas Seleção do Enólogo 2006, Nero D´Avila Terre di Ginestra, Las Doces, Casa Silva Carmenere. Depois da meia noite, tomamos um Caballero de la Cepa Reserva Malbec para comemorar o Dia Mundial do Malbec.
Por fim, o Médoc 1997 Cordier para fechar com chave de ouro a noite.

domingo, 27 de março de 2011

Argentinos e Chilenos Nobres

Uma noite com vinhos inesquecíveis. Todos excelentes e que mostram uma diversidade de estilos, o que não é (ou era) comum nos vinhos produzidos na Argentina e Chile. Apesar de já serem países com tradição na vitivinicultura, percebemos que ainda há experimentações com castas diferentes e principalmente cortes. Um deles aqui abaixo, misturou malbec, syrah, petit verdot e ancellotta. É tão diferente que ambos, o produtor e apreciador (nós portanto!!) ainda precisam aprender a domar e entender este corte, mas acredito que tenha grande potencial.


Foram 4 vinhos: um bem típico chileno, o Casa Real da vinícola Santa Rita; outro consagrado mundialmente o Seña; o seguinte este "ser indefinido" que comentei acima; e um típico argentino com muito caráter.


Casa Real 2007 – Santa Rita (Chile): bem típico chileno, Cabernet Sauvignon, encorpado, madeira, aromas de frutas vermelhas e pimenta.
Occasionale 2006 – Nieto Senetiner (Argentina): bem diferente de um típico argentino, por isso vou precisar tomar outras vezes para conhecê-lo melhor. É um vinho que passa 24 meses em barris de carvalho francês e tem um corte (mistura) pouco usual: malbec, petit verdor, syrah e ancellotta. Os detalhes que mais notei foram certo amargor, que com o tempo de garrafa aberta diminuiu, os aromas não fortes, carnudo e presença de aromas minerais (petróleo e terra). Eu acho que a Petit Verdot que traz esta última característica.
Seña 2006 – Seña (Chile): excelente vinho (e tb caro!!!). Bem no estilo Bordeaux: corte de cabernet sauvignon (55%), Merlot, Petit Verdot, Carmenere e Cabernet Franc. Vermelho rubi média transparência, aromas bem interessantes e na boca boa estrutura e frescor (boa acidez). É um vinho do estilo “elegante” mas com caráter. RP 95.
Linda Flor 2006 – Monteviejo (Argentina): Malbec, 15,5% álcool, bem típico, muito encorpado, opulento, escuro, madeira (adocicado), e tudo mais do malbec: frutas negras, especiarias . Foi o último vinho, o que atrapalha para uma melhor avaliação, mas foi com certeza um ótimo fechamento da noite. RP 92, Tanzer 93.
Vinhos para diversos gostos. Eu gostei muito do Seña, pena que no Brasil custa em torno R$ 400. Preciso tomar novamente o Occasionale, para decifrá-lo (importado pela Casa Flora). O Casa Real e Linda Flor são excelentes exemplares, caros na faixa de R$ 200-300.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vinhos de Supermercado (2)

Um dos vinhos mais presentes em supermercados é o Casillero del Diablo Reserva Cabernet Sauvignon. Não só presente, mas toda a linha Casillero del Diablo é vinho chileno mais consumido no Brasil.

Casillero del Diablo é um case no mercado de vinhos e um ícone para vitivinicultura do Chile. Foi este vinho que popularizou os vinhos chilenos globalmente, ultrapassando já há alguns anos a produção de 18 milhões de litro. Hoje é um dos vinhos mais consumidos no mundo. Recentemente, uma amiga que mora nos EUA disse que em todas as festas lá servem o famoso Casillero del Diablo.

Mundialmente reconhecido, ostenta inúmeras premiações para todos os produtos da linha. O crítico de vinhos Matthew Jukes, que escreve para o jornal Daily Mail, catalogou o Casillero del Diablo como The Finest Value Cabernet Sauvignon do mundo. É um sucesso estrondoso, está presente em mais de 130 países e catapultou as exportações de vinho do Chile.
É o vinho que não se erra ao comprar, o famoso ótimo custo x benefício. Tem uma ampla linha de castas e assim é mais fácil agradar ao seu paladar: Reserva Privada (Cabernet Sauvignon/Syrah e Sauvignon Blanc), Reserva (tintas: CS, Merlot, Carmenere, Shiraz, Pinot Noir, Malbec brancas: Pinot Grigio, Viognier, Sauvignon Blanc, Gewüstraminer, Riesling, Chardonnay; e Shiraz Rosé) e Brut Reserva (Chardonnay).

No Brasil, o Casillero del Diablo Reserva está na faixa de R$32,00 a R$ 38,00. Nos EUA, fica entre US$ 6 e US$ 8.

domingo, 13 de março de 2011

Vinhas Velhas

Na última confraria PVetC foi servido um vinho português, o Quinta Nova Referencia Reserva 2008. Além de ser um excelente vinho, traz uma curiosidade: entre as castas que compõe este vinho encontramos “vinhas velhas”.

Segundo especialistas em produção de vinho, quanto mais velha a videira, melhor o vinho que será produzido. Porém conforme a videira fica velha, a produtividade cai e aí está o balanço para o enólogo administrar a idade das videiras.
Os grandes vinhos de tradição, na sua grande maioria, são feitos de uvas de videiras velhas, acima pelo menos de 30 anos e podem atingir algumas décadas mais.
Vinhas Velhas em Portugal são vinhas com idade média de 70 anos. Mas o curioso é que a casta em si não é importante, a idade é que define estas vinhas. Em uma vinha velha podem-se encontrar até 30 tipos de castas diferentes.
Fiquem atentos aos vinhos do Douro feitos com vinhas velhas. São excelentes!!!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Açúcar no Vinho

No ultimo post, falamos da reunião da nossa confraria e mencionamos os vinhos. Entre eles um espumante extra dry. O termo em si já deixa mais ou menos claro o que o vinho oferece.
Dry é sêco em ingles. Sêco, no mundo dos vinhos, não é o antônimo de molhado. Afinal ficaria muito estranho uma bebida "não molhada"... Sêco é na verdade o contrário de doce. Isto é, sêco significa pouca quantidade de açúcar no vinho.
A quantidade de açúcar no vinho tem várias origens. A primeira é o da própria uva. A fermentação é o processo que transforma o açúcar em alcool, mas a "eficiência" desta fermentação pode deixar volumes de açúcar, chamado de residual, que variam de vinificação para vinificação (processo de fazer o vinho). Também existem métodos de fortificar o vinho (adicionar alcool vínico) antes de terminar a fermentação, como é o caso do vinho do Porto. No caso dos vinhos espumantes de champagne, coloca-se açucar na garrafa para a 2a fermentação para formar as bolhas (o perlage) e após ainda um licor. Existem ainda outros métodos de adoçar o vinho.

No caso dos espumantes, existem 7 níveis de açúcar que são:
Brut Nature_____________________0 a 3 gramas / litro de açúcar
Extra Brut______________________0 a 6
Brut___________________________0 a 12
Extra Dry, Extra Sec, Extra seco____12 a 17
Dry, Sec , Seco__________________17 a 32
Demi-sec, Semi-seco_____________32 a 50
Doux, Sweet, Dulce, Doce__________mais de 50

Para vinhos de qualidade (no Brasil, vinhos finos) e vinhos de mesa, existem os níveis seco, meio seco, meio doce e doce.

Outros tipos de vinho tem diferentes classificação de quantidade de açúcar ou doçúra (sweetness), como também as nomenclaturas variam de país para país. Talvez uma das classificações mais importantes, além dos espumantes, seja a dos vinhos Tokaj da Hungria que levam a pontuação "puttonyos".

É um assunto extenso. Falaremos em outros posts.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Confraria Pane, Vinum et Caseus 26/fev/2011

Mais uma reunião da Confraria Pane, Vinum et Caseus neste último sábado lá na Winepro. Agora os eventos da nossa confraria são conduzidos pela Vini di Mangiare, uma empresa de eventos que surgiu da nossa experiência em organizar reuniões de amigos e jantares.
Foi uma reunião completa: ótimas comidas, ótimos vinhos e o melhor: a companhia de grandes amigos. Levei pela primeira vez o casal Antonio e Lia. Espero que eles tenham gostado.


A comida:
Entrada:
- Caponata (veja o blog do Grandisoli: http://bit.ly/hjVDul)
-Pão do Grandisoli
-SALADA: Mini pudim de ervilhas frescas com salada de folhas e queijo de cabra ao molho de azeite e limão.
1º Prato:
- Crepe de abóbora recheado com carne seca ao molho de gorgonzola e nozes.
2º Prato
- Filé de frango grelhado coberto com mussarela de búfala e vinagrete, Cenouras em flores salteadas no azeite.
Sobremesa
- Mini bolo de chocolate coberto com sorvete de creme e calda de frutas vermelhas.

Os vinhos

- Prosecco Moinet Extra Dry - Treviso - veneto – Italia
Nota do Importador: “Prosecco jovial combina uma variedade de aromas, com um sabor suave e fresco, notas minerais e de frutas secas.”

- Pinot Noir de Loach 09 - Napa Valley - California –USA
Nota do Importador: “Este saboroso e frutado Pinot Noir possui uma atraente e profunda cor rubi, além de aromas concentrados de framboesas maduras, couro e lavanda. O sabor suculento de morango é enriquecido com notas de ervas da Provence e louro, oferencedo uma textura arredonda e prolongada persistência de taninos finos. Harmoniza com peixes poucos gordurosos, saladas bem temperadas, frango e carne suaves, além de ser perfeito para ser degustado fora das refeições.”

- Vino de Piedra 2007 - Ensenada mexico (Não é importado para o Brasil. Veja o site do produtor: http://bit.ly/g921nV)

- Quinta Nova Touriga nacional - 2009 - Douro - Portugal (Não é importado para o Brasil. Veja o site do produtor: http://bit.ly/gdUnPD)

- Quinta Nova Referencia Reserva 2008 – Douro - Portugal (Não é importado para o Brasil. Veja este site: http://bit.ly/fwRLsn)

- Malvasia Mont´arquato - Italia – 2009 (Não é importado para o Brasil)


Você encontra na Winepro o Prosecco Moinet, o Pinot Noir Loach e também tem uma pequena partida do Malvasia Mont´Arquato.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

I Mori e Canneta, ótimos exemplos da Toscana

Apesar de ainda não poder andar direito, não podia deixar de ir a Winepro na última sexta-feira para experimentar vinhos da Azienda Agricola I Mori (clique no titulo deste post) com as linhas I Mori e Canneta, importados pela Gam Affari D´Itália.
Primeiro uma explicação. Não posso andar direito porque tive o tendão de Aquiles rompido, fui operado e estou com o pé na tal bota robotfoot. Vou ficar sem pisar no chão até 15/mar. Mas isto não me impediu, nem vai me impedir, de ir aos lugares principalmente para experimentar bons vinhos, como estes da I Mori.


Finalmente, vamos aos vinhos:
- Chianti DOCG 2007 I Mori
- Chianti Riserva DOCG 2005 I Mori
- Moresco IGT 2003
- Rosso Di Montalcino DOCG 2007 Canneta
- Brunello Di Montalcino DOCG 2004 Canneta
As fichas técnicas vocês encontram no site da importadora.
Apenas algumas notas sobre os vinhos:
- Os Chiantis surpreenderam, os dois. Bem típicos da região (frutado, fresco, tânico), mostram que os Chiantis foram bem domados pois são elegantes, nada rústicos, e tem bom corpo.
- O supertoscano Moresco já é mais encorpado e amadeirado mas traz toda a vivacidade da Toscana.
- o Brunello Di Montalcino é autentico espécime da raça. Os 5 anos de barrica conferem a este Brunello uma personalidade inconfundível: elegante, redondo para acompanhar grandes pratos.
http://www.gamimports.com.br

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Vinhos de supermercado (1)

,O Estadão, no caderno Paladar, recentemente publicou uma reportagem sobre vinhos encontrados em supermercados. O link é do texto sobre Clássicos das gôndolas que comenta 4 vinhos que estão em quase todos os supermercados: Periquita 2007, Antiguas Reserva 2008, Casal Garcia, Corvo 2008.
O Antiguas Reserva é o que tenho comprado sempre que acho abaixo de R$40. Já experimentei há muito tempo atrás os outros 3 (óbvio que de safras diferentes).


É um tema interessante e vou usar a idéia para colocar aqui o que tenho encontrado nas prateleiras dos grandes supermercados.
Vou começar com um vinho que também está em vários supermercados: Porca de Murça Tinto 2008

Este vinho é bom exemplo do Douro a um preço acessível (na faixa de R$25). De corpo médio, boa acidez e pouca adstringência, é um vinho para beber despretenciosamente ou acompanhar um prato leve e com alguma acidez, por ex.: macarrão com molho de tomate.
http://www.barrinhas.com.br/fichas/Porca%20de%20Mur%e7a%20Branco%20e%20Tinto%20-%20Real.html

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Espumante durante o dia

No domingo passado, eu e alguns amigos passamos a tarde "bebericando" e comendo aperitivos. Tarde ensolarada, eramos 3 no inicio da tarde e depois chegaram mais 3 no inicio da noite. Foram 6 garrafas de espumante e 3 de tinto (para acompanhar o escondidinho de carne seca da Néia).


Iniciamos com um cava que estava meio passado porque guardei durante alguns anos em casa. Já estava com pouco perlage, mas mesmo assim guarda seus encantos.
Tomamos também o espumante Paul de Coste Brut (da casa Veuve Ambal): uma delicia para tomar em dia ensolarado, cítrico (abacaxi), ácido na medida certa para a sensação de frescor.
Também experimentamos um Asti: sempre muito bem vindo, mas bem diferente. Com sabor de pêssego, adocicado acompanhou muito bem as castanhas.
Entre os tintos, novamente fomos de SUD Primitivo de Manduria: negro, encorpado, carnudo. Talvez um pouco demais para o escondidinho, mas um vinho que vai bem sempre.